Foto: Marcello Casal Jr/ABr |
A
Policia Federal (PF) deflagrou nesta quinta-feira (26) a Operação Zelotes, com
o objetivo de desarticular organizações que atuavam junto ao Conselho
Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) — o antigo Conselho de Contribuintes
da Receita — manipulando o trâmite de processos e o resultado de julgamentos. O
prejuízo estimado aos cofres da União pode chegar a R$ 19 bilhões. Valor
economizado pelas empresas envolvidas, segundo a PF. Participam também da
operação o Ministério Público Federal, a Corregedoria do Ministério da Fazenda
e a Receita Federal.
As investigações começaram em 2013, quando foi descoberta
uma organização que "atuava no interior do órgão patrocinando interesses
privados, buscando influenciar e corromper conselheiros com o objetivo de
conseguir a anulação ou diminuir os valores dos autos de infrações da Receita
Federal". De acordo com a PF, servidores repassavam informações
privilegiadas obtidas dentro do conselho para escritórios de assessoria,
consultoria ou advocacia em Brasília, São Paulo e outras localidades, para que
estes realizassem captação de clientes e intermediassem a contratação de
“facilidades” dentro do Carf.
As investigações identificaram que, em diversas ocasiões,
foram constatados tráfico de influência no convencimento de empresas devedoras
ao fisco. "Eram oferecidos manipulação do andamento de processo, pedidos
de vista, exame de admissibilidade de recursos e ainda decisões favoráveis no
resultado de julgamentos de recursos a autos de infrações tributárias, por meio
da corrupção de conselheiros", informou a PF.
Outra destaque da investigação, segundo os agentes, é que
o grupo utilizava outras empresas para dissimular as ações e o fluxo do
dinheiro, que era lavado, retornava como patrimônio aparentemente lícito para
estas empresas.
A PF informou que os investigados responderão pelos
crimes de advocacia administrativa fazendária, tráfico de influência, corrupção
passiva, corrupção ativa, associação criminosa, organização criminosa e lavagem
de dinheiro.
Agência Brasil