A Organização Mundial de Saúde (OMS) certificou nesta terça-feira (30)
Cuba como o primeiro país a eliminar a transmissão entre mãe e filho de sífilis
e HIV, destacando o papel do sistema de cuidados primários de saúde na ilha.
"O sucesso de Cuba demonstra que o acesso universal e a cobertura
universal de saúde são viáveis e são de fato a chave para o sucesso, mesmo
contra tais desafios complexos como o HIV", afirmou Carissa Etienne,
diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), uma filial regional da
OMS, em coletiva de imprensa.
Em 2013, apenas dois bebês nasceram com HIV em Cuba, e apenas três
nasceram com sífilis congênita - bem abaixo dos limites estabelecidos pela OMS
para a eliminação da transmissão.
Para o ministro de Saúde Pública de Cuba, Roberto Morales Ojeda, o
reconhecimento da OMS "constitui um alto reconhecimento ao sistema nacional
de saúde cubano" que é, segundo ele, "acessível, gratuito e
universal".
O sucesso de Cuba reforça a necessidade de que os sistemas de saúde na
América Latina e no Caribe se fundamentem no cuidado primário, segundo Etienne.
"Assim, é possível enfrentar desastres naturais, doenças infecciosas ou
qualquer outra coisa", afirmou.
Segundo a OMS, outros seis países e territórios da América estão em
condições de solicitar da OMS a validação da dupla eliminação destas doenças:
Anguila, Barbados, Canadá, Estados Unidos, Montserrat e Porto Rico.
Mais oito países da região conseguiram eliminar apenas a transmissão de
mãe para filho do HIV e 14 conseguiram eliminar apenas a transmissão da sífilis
congênita, informou a organização em comunicado.
Segundo a OMS, a cada ano cerca de 1,4 milhões de mulheres vivendo com
HIV ficam grávidas no mundo, e caso não recebam tratamento existe até 45% de
chances de transmitir o vírus a seus filhos.
Mas desde 2009, o número de crianças que nascem a cada ano com HIV
caíram quase pela metade, ao passar de 400 mil para 240 mil em 2013.
Por outro lado, quase um milhão de grávidas em todo o mundo se infectam
com sífilis anualmente, o que pode resultar em morte ou em infecções neonatais
graves.
Da France Presse
Via G1