sábado, 1 de agosto de 2015

Advogada deve ser 'responsabilizada' se não esclarecer ameaças, defende Cunha

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) anunciou na manhã deste sábado, 1º, que a advogada Beatriz Catta Preta será interpelada judicialmente para esclarecer as acusações de que sofreu ameaças e por isso decidiu deixar a defesa de investigados na Operação Lava Jato, que apura o esquema de corrupção na Petrobrás e outras estatais.

A criminalista é especialista em delação premiada e anunciou no início da semana a decisão de fechar o escritório e abandonar a carreira. Segundo Cunha, se a advogada não esclarecer as denúncias que fez, deverá ser "responsabilizada". 

Catta Preta disse ser "ameaçada de forma velada" por "pessoas que se utilizam da mídia" e por integrantes da CPI da Petrobrás na Câmara. Cunha informou que a interpelação judicial será feita pela Câmara independente da convocação da advogada pela CPI. 

"Determinarei à Procuradoria Parlamentar da Câmara que ingresse com interpelação judicial semana que vem, independente da CPI. A mesa diretora da Câmara tem obrigação de interpelá-la judicialmente para que diga quais ameaças sofreu e de quem sofreu ameaças", afirmou Cunha nas redes sociais. 

"A acusação atinge a CPI como um todo e a Câmara como um todo, devendo ela esclarecer ou ser responsabilizada por isso", acrescentou. Cunha é investigado por suspeita de envolvimento no esquema da Petrobrás. O deputado nega qualquer relação com o desvio de dinheiro e recebimento de propina. 

Há duas semanas, Cunha rompeu com o governo, depois de o consultor Júlio Camargo ter dito, em delação premiada, que foi pressionado a pagar US$ 5 milhões em propina ao atual presidente da Câmara. O deputado peemedebista acusa o governo de interferir na investigação para fragilizá-lo e ao mesmo tempo poupar petistas suspeitos de envolvimento no esquema de corrupção.

Luciana Nunes Leal - Estadão

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