Ex-presidente do STF também descartou eventual candidatura à presidência em 2018. (AE) |
O
ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa disse, neste
sábado, 29, que não acredita que o Tribunal de Contas da União (TCU) seja um
órgão desencadeador de um processo tão grave como o impeachment. "Não
acredito no Tribunal de Contas da União como um órgão sério desencadeador de um
processo de tal gravidade, o Tribunal de Contas é um playground de políticos
fracassados", disse.
Barbosa disse que alguns políticos que
não têm a expectativa de se eleger buscam uma "boquinha" na Corte de
Contas. "(O TCU) não tem estatura institucional", afirmou no 7º
Congresso Internacional de Mercados Financeiro e de Capitais, organizado pela
BM&FBovespa.
"Uma das
características da prática jurídica brasileira é a dualidade entre o que está
escrito nas normas, nas leis e a sua execução prática. Uma coisa é eu dizer que
sim, é viável juridicamente uma pedalada fiscal conduzir ao impeachment de um
presidente da República regularmente eleito. Outra coisa é eu saber como
realmente funcionam as instituições e acreditar nisso", disse.
Barbosa disse que, para prosseguir com
um processo de impeachment, é preciso que as provas sejam
"incontestáveis" e que envolvam diretamente o presidente da
República. Ele lembrou que esse movimento é algo que precisa ser muito bem
pensado, já que ele representa um "abalo sísmico" para as instituições
do País.
Candidatura
O
ex-presidente do STF classificou como "impossível" uma candidatura
dele à Presidência da República. "Olhe para mim, para esse meu jeitão,
essa minha franqueza, meu modo de dizer as coisas, a minha transparência... Eu
seria massacrado se resolvesse entrar na briga pela Presidência da República, a
começar pelos políticos, eles não gostam de outsiders, e eu sou um
outsider", disse.
Barbosa disse
que ele segue na vida pública "dialogando com as pessoas".
"Estou conhecendo um Brasil que não conhecia. Tem sido muito
gratificante", disse o ex-presidente do STF, que foi aplaudido de pé pelos
presentes após finalizar sua palestra.
Por Fernanda Guimarães e Francisco Carlos de Assis | Estadão Conteúdo