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Ao menos 30 homens com armas de guerra
invadiram o prédio da empresa de valores Prosegur, explodiram cofres e levaram
ao menos R$ 100 milhões, na madrugada desta segunda-feira, 24, em Ciudad del
Este, cidade paraguaia na fronteira com o Brasil. Segundo a imprensa do país
vizinho, este pode ter sido o maior assalto da história do Paraguai. Armados
com fuzis automáticos e metralhadoras ponto 50, os criminosos bloquearam ruas,
incendiaram veículos e dispararam rajadas contra prédios públicos.
Acuada, a polícia pediu
reforços e munições. Um policial do Grupo Especial de Operações da polícia
paraguaia foi atingido e morto.
De acordo com a delegada
Denise Duarte, que investiga o assalto, testemunhas disseram que a ação foi
praticada por um "esquadrão do crime" e que os criminosos falavam em
português.
A suspeita é de que o
assalto tenha sido praticado por grupos ligados a organizações criminosas
brasileiras que disputam o controle da fronteira, como o Comando Vermelho (CV)
e o Primeiro Comando da Capital (PCC).
A Ponte da Amizade, que
liga Ciudad del Este a Foz do Iguaçu, no Paraná, no Brasil, foi bloqueada pelas
polícias paraguaia e brasileira.
O presidente paraguaio,
Horácio Cartes, determinou o deslocamento das Forças Nacionais para a cidade.
Até as 8 horas, nenhum suspeito tinha sido preso.
Ataques em São Paulo. Os criminosos que explodiram o
edifício da Prosegur em Ciudad del Estena adotaram estratégia semelhante ao
assalto à sede da Protege, em Campinas, em março de 2016.
Embora a dimensão do roubo
no Paraguai tenha sido maior, nos dois casos os criminosos bloquearam ruas com
veículos incendiados, fizeram disparos contra prédios e carros para evitar a
aproximação, usaram armas de guerra e explodiram as salas-fortes das empresas,
fugindo com os malotes de dinheiro.
Além do assalto à Protege
em Campinas, houve roubos no Estado de São Paulo a unidades da Prosegur em
Campinas, em abril, e em Santos, em julho. As três ações renderam ao menos R$
138 milhões a criminosos. O Estado mostrou que os inquéritos do Departamento
Estadual de Investigações Criminais (Deic), da Polícia Civil, concluíram que o
PCC foi o responsável pelos crimes.
Os policiais têm uma lista
de indícios que ligam as três ações. Para os investigadores, os assaltos foram
planejados pelo mesmo grupo, que reuniria três bandos em uma espécie de
consórcio criminoso.
Por
José Maria Tomazela - Estadão