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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva prometeu nesta sexta-feira, 11, que, se voltar à Presidência da
República, fará a regulação legal dos órgãos de imprensa. Lula também fez duras
críticas à Operação Lava Jato, ao juiz Sérgio Moro e disse que não irá “morrer
antes de voltar a governar o País”. As declarações foram dadas em evento na
noite desta sexta, na Faculdade Nacional de Direito da Universidade Federal do
Rio de Janeiro (UFRJ).
“Eles têm que saber que têm
que trabalhar muito para não deixar que eu volte a ser candidato. Se eu for
candidato, vou ganhar e fazer a regulação dos órgãos de imprensa”, disse o
ex-presidente ao lado da presidente cassada Dilma Rousseff.
O discurso de cerca de meia
hora foi feito para uma plateia de estudantes, professores, políticos e
militantes de esquerda. A data desta sexta, 11 de agosto, celebrou a criação
dos cursos jurídicos no Brasil.
Advogado. Lula também afirmou que quem “deu o
golpe” é um advogado com sustentação da imprensa, em referência ao presidente
Michel Temer (PMDB).
“Nós não estamos vivendo
num estado de direito”, afirmou, sob aplausos. Sobre as pedaladas fiscais, que
levaram ao impeachment de Dilma, afirmou serem uma prática comum no Brasil e em
vários países. “Isso nunca foi considerado crime.”
O ex-presidente também
declarou que a Lava Jato não é uma operação judicial. “Quem compõe a
força-tarefa é um partido político.” Para ele, a Petrobrás e a indústria naval
estão sendo destruídas nesse processo.
Lula também fez críticas à
sua condenação pelo juiz Sérgio Moro no caso do triplex do Guarujá. O petista
disse que não tem que provar a sua inocência. “Eles é que têm que provar a
minha culpa. (...) A única coisa que posso oferecer a vocês é a minha
inocência”, afirmou.
O petista é alvo de seis
ações penais – três delas relativas à Lava Jato. No caso do triplex ele foi
sentenciado a 9 anos e 6 meses de prisão
Liberdade. Ainda em referência a Moro, o
ex-presidente disse que nenhum réu pode estar acima da lei, mas nenhum juiz
também está acima dela. “Tenho consciência que o Moro não é mais honesto que eu
e que nenhum procurador ou delegado é mais honesto do que eu.”
Para encerrar o discurso, bastante
exaltado, Lula recorreu aos versos iniciais do Hino da Proclamação da República
e comparou a uma frase muito repetida durante o evento: “Ao invés do ‘Fora,
Temer’, temos que gritar ‘liberdade, liberdade, abra as asas sobre nós’”,
afirmou. “É o que nós estamos precisando neste País”, concluiu.
Dilma afirmou que o debate
sobre as regras para a eleição de 2018 fazem parte do “segundo tempo” do “golpe
de Estado” de que disse ter sido vítima. “Eles não podem dar o golpe e deixar
que em 2018 volte tudo atrás.
O evento na Faculdade de
Direito da UFRJ foi chamado de Ato pela Reconstrução do Estado Democrático e de
Direito.
Por
Mariana Sallowicz e Fabio Grellet -
Estadão