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A CBF está
encontrando dificuldades técnicas para a implantação do Árbitro de Vídeo. O
sistema tem algum nível de complexidade e a Comissão de Arbitragem ainda não
conseguiu encontrar a melhor maneira de resolver os problemas. A disposição de
utilizar o recurso já na próxima rodada do Campeonato Brasileiro permanece, mas existe uma corrida contra o tempo para
que a estreia possa ocorrer.
Reunião realizada nesta terça-feira na
sede da entidade, no Rio, com a presença de integrantes da comissão e a
participação de representantes da Rede Globo, detentora dos direitos de
transmissão e que vai ceder as imagens, debateu as dificuldades. Entre as questões
a ser resolvidas estão a transmissão do sinal, a forma de uso das imagens,
locais para instalação dos equipamentos nos estádios e até a aquisição de
monitores e sua alimentação.
As discussões prosseguirão
nesta quarta-feira. Há quem considere ruim a pressa na adoção do Árbitro de
Vídeo - o uso do recurso foi determinado pelo presidente da CBF, Marco Polo Del
Nero, na última segunda-feira, em reação à polêmica causada pelo gol marcado
com a mão pelo atacante Jô na vitória do Corinthians por 1 a 0 sobre o Vasco,
no dia anterior. Não está descartado um adiamento.
Outro problema é que poucos árbitros brasileiros da ativa receberam treinamento
para trabalhar com o vídeo. Sandro Meira Ricci, Wilson Pereira Sampaio e
Anderson Daronco fizeram curso na Conmebol, que vai implantar o sistema nas
semifinais da Copa Libertadores. Péricles Bassols Pegado Cortez está sendo
preparado pela CBF.
Além disso, a CBF terá de obter
uma autorização da International Board (Ifab) para que possa usar oficialmente
o vídeo na arbitragem do Campeonato Brasileiro. Foi o que disse
nesta terça-feira o Estado o
secretário-geral da entidade, Lucas Brud.
O dirigente elogiou a preparação da CBF. "Principalmente considerando o
tamanho do país e da diferença de infraestrutura que existe entre os estádios,
acredito que o trabalho tem sido bem feito", afirmou.
Lucas Brud também indicou que a entidade não vê problemas em adotar a
tecnologia inicialmente para apenas alguns jogos, como planeja a CBF, e aos
poucos expandir para todo o torneio. "Na Polônia, a tecnologia está sendo
implementada aos poucos. Começaram com um jogo a cada semana e, agora, passaram
a ter dois".
Estadão