José Aldenir / Agora RN |
A desesperança na hora de encontrar um
emprego fez com que 178 mil potiguares desistissem de procurar trabalho no
Estado. Esses números correspondem ao 2º trimestre de 2018 e registram um
aumento de 22,76% com relação ao mesmo período do ano passado. Os dados são da
última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), realizada pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
As
pessoas que não estão mais à procura de um serviço são chamadas de desalentadas
e classificadas como fora da força de trabalho. De acordo com o especialista em
economia do trabalho, William Eufrásio Pereira, o aumento desses índices pode
distorcer as taxas de desemprego. “A taxa de desalento chega a ser pior do que
a de desocupados, visto que essas pessoas saem do mercado de trabalho pela
incapacidade do empresariado de absorver essas pessoas. Isso gera um falso dado
de que o desemprego não está crescendo”, explicou.
Mais
de 201 mil pessoas estão desempregadas no Rio Grande do Norte, o que
corresponde a 13,1% da população potiguar. Outro dado preocupante registrado na
pesquisa é o da subutilização da força de trabalho que, aqui no estado, atinge
35,4%. Ou seja, cerca de 365 mil pessoas estão desocupadas ou estão subocupadas
por insuficiência de horas trabalhadas.
Esse
tipo de situação pode afetar diretamente a economia do estado, mas, segundo o
economista, a população é quem mais sofre. “É uma situação extremamente
perversa para a classe trabalhadora. Alguns apresentam fobias, depressão e
tendências suicidas. Fruto, em grande parte, das políticas econômicas adotadas
e dessa reforma trabalhista, que gerou ainda mais precarização no mercado de
trabalho”, ele afirma.
Rosilene
Moreira, de 35 anos, é uma entre os milhares de potiguares que desistiram de
procurar emprego. Desempregada há pouco mais de um ano, a ex-assistente
administrativa é portadora de fibromialgia e precisou sair do emprego para
cuidar das dores causadas pela doença. “Sinto muitas dores no corpo e em
situação de estresse e pressão esse quadro piora, o que acontece com alguém que
procura emprego”, disse.
Agora
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