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Com a aproximação do pico de contágio pelo novo coronavírus, o Rio Grande
do Norte pode registrar pelo menos 300 mortes em virtude da Covid-19 no mês de
abril de 2020, segundo o secretário-adjunto de Saúde Pública, Petrônio
Spinelli.
A
afirmação do secretário-adjunto, embasada em estudos e discussões de técnicos
da área da saúde, revela a necessidade de trabalhar com diversas projeções de
cenários, além de analisar o comportamento da curva epidemiológica. "Esse
número pode ter controvérsia, mas, se tiver, é para cima. 300 mortes é o teto
mínimo, pois é difícil ter uma precisão exata, considerando o grande número de
sub-notificações por falta de exames. Somente as ações das pessoas em sociedade
podem mudar o resultado", explica.
Observando
o cenário atual, o secretário de Saúde Pública, Cipriano Maia de Vasconcelos,
reforçou o pedido para população se manter em casa e o distanciamento social
para evitar a propagação do coronavírus, devido ao crescimento no número de
casos suspeitos, casos confirmados e de óbitos.
Spinelli
ressalta que se todas as pessoas ficassem em casa, o número de infectados e
mortos seria bem menor, "mas essa é uma realidade muito distante. Se
permanecermos em casa, seguindo as orientações das entidades de saúde, sem
frouxidão, podemos evitar o aumento desse contágio e mortandade, que pode ser
ainda maior".
O
secretário-adjunto considera que a maior parte das pessoas infectadas são
assintomáticas ou apresentam resfriado e que, por isso, "é necessário
ficar ainda mais atendo, pois essa doença que estamos vivendo é real.
Precisamos olhar para Europa, Equador e Estados Unidos e ver que a pandemia é
real".
Em
relação ao plano assistencial, Cipriano Maia afirmou que vem trabalhando desde
janeiro na organização e expansão progressiva de leitos tanto na Região
Metropolitana de Natal, como em todo estado, trabalhando com várias
possibilidades, porque todos estão cientes que nenhum sistema de saúde no mundo
está preparado para enfrentar essa situação, durante coletiva de imprensa
realizada nesta sexta-feira (3), na sede da Secretaria de Saúde Pública do Rio
Grande do Norte (Sesap).
Na
coletiva o secretário disse que o governo está trabalhando com a expansão de
nossos leitos em serviços públicos, com a chamada de profissionais do concurso
público e profissionais por contratação temporária para atender a demanda da
pandemia, com a aquisição de insumos e medicamentos.
Essa
expansão envolve o Hospital Giselda Trigueiro, Hospital João Machado, Hospital
da Polícia. Além de outras alternativas, como a contratação de cooperativa de
médicos, e instituições privadas ou filantrópicas que tenham condições de
gerenciar pacotes de leitos, equipamentos, como respiradores, insumos e
pessoal. "Todos os estados têm feito isso mobilizando instituições que
realizam essa gestão direta", afirmou Cipriano.
O
secretário de saúde disse ainda que se conseguir potencializar todos os leitos,
o estado pode chegar chegar a 600 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI),
semi-intensiva e de observação.
Para
Spinelli, montar uma estrutura que atenda o máximo de pacientes é um grande
desafio. "Talvez a gente precise muito mais do que estamos falando. Mais
de hospitais de campanha, mais respiradores. A gente vai acompanhando e vai
tentando evoluir, já que tem algumas variáveis que não dominamos", revela.
Cipriano
reforçou que a Sesap está trabalhando com todas as possibilidades, inclusive em
cooperação com empresas da iniciativa privada. Além disso, conseguir recuperar
respiradores que estão fora de atividades em todos os hospitais, que vão viabilizar
a abertura de leitos nos próximos dias.
Agora RN