segunda-feira, 13 de julho de 2020

A lei do eterno retorno

Diz o dicionário que o conceito de eterno retorno defendido ardorosamente pelo filósofo alemão Friedrich Nietzsche (1844 -1900) conta bem o que somos no Brasil neste ano da graça pandêmico de 2020. Também conhecida como “eterna recorrência”, a teoria em questão sustenta que continuarão a ocorrer, de forma igual ou muito parecidos, acontecimentos idênticos ao longo da história.

É claro que a teoria não nasceu da cabeça privilegiada de Nietzsche, mas foi resgatada por ele do passado, já que caiu em desuso na Antiguidade.


Segundo as leis gerais que pautam os acontecimentos de forma obstinada e contínua, as pessoas, em diferentes épocas da história, estão meio que predestinadas a repetir os mesmos eventos eternamente. Ano após ano, século após século.

Ora, pois, tão diferentes em suas essenciais e histórias de vida, Bolsonaro e Lula parecem reeditar a mesma caminhada, apenas diferindo em seus respectivos espectros ideológicos.


Bolsonaro é de extrema-direita e Lula, de esquerda, não sendo de extrema, já que desde cedo buscou a adesão de todos os partidos do chamado Centrão, coisa que o atual presidente só começou a fazer agora quando começaram as investigações sobre sua família.


Lula, que também convivia com problemas dos filhos e protagonizou épicos escândalos de corrupção, desde o começo, partiu para desacreditar o governo de seu antecessor, FHC.


E o que ele fez então uma vez no poder? Surfou sobre os louros do Plano Real, ressuscitou e ampliou o Bolsa Escola, batizando-o de Bolsa Família, adotou a contragosto a Lei de Responsabilidade Fiscal, sem nunca ter parado dizer, um dia sequer, que herdara uma “herança maldita” de FHC.


Com o mesmo discurso de sempre, chegou a vez de Bolsonaro fazer exatamente a mesma coisa. Achar novos nomes para o “Bolsa Família”, para o “Minha Casa, Minha Vida” e, quem sabe, retomar o “Mais Médicos”, só tirando Cuba.


Entre os dois, a única e velha disposição se aparelhar o estado em todas suas instâncias continua sem os nomes trocados.


É ou não a Lei do Eterno Retorno?

Agora RN

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