Tratado
pelo Palácio do Planalto como peça-chave para impedir o agravamento da crise
política, que pode culminar até no impeachment da presidente Dilma Rousseff, o
presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL), tem sinalizado a interlocutores
diretos que pode voltar a colaborar com o governo da petista a partir desta
semana, na volta do recesso parlamentar. Renan, contudo, cobrará
"faturas" nas áreas política e econômica, em troca da ajuda.
Há duas semanas, logo após o anúncio
do rompimento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o governo
decidiu reforçar uma operação envolvendo ministros como Joaquim Levy (Fazenda)
e Nelson Barbosa (Planejamento) e lideranças políticas petistas para cortejar o
presidente do Senado. "Renan será o fiel da balança", definiu um dos
envolvidos na investida do governo.
Para aliados do presidente do Senado
ouvidos pelo Estado, contudo, Renan está inclinado a assumir o papel de fiador
da governabilidade de Dilma.
Mas vai impor condições. Segundo
interlocutores, uma das principais faturas do peemedebista seria que Dilma
promovesse mudanças no seu núcleo duro de governo, a começar pelo
ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante. O nome que conta com a simpatia
de Renan é o do ministro da Defesa, Jaques Wagner, considerado por ele um
político habilidoso. Desde a época em que eram colegas de Senado, Renan e
Mercadante nunca tiveram uma boa relação e o peemedebista não está disposto a
voltar a conversar com o Planalto se tiver o atual ministro como interlocutor.
Com informações da Tribuna do Norte