O valor do comércio
ilegal é de 8% a 15% da economia mundial, de acordo com um estudo recente da
consultoria Euromonitor assinado por Philip Buchanan e Lourdes Chavarria.
A estimativa
mais alta bate nos US$ 12 trilhões em 2014, mesmo tamanho do PIB da China,
a segunda maior economia mundial.
Em 2013, 2,3
bilhões de produtos farmacêuticos e 470 milhões de produtos eletrônicos foram
confiscados ao redor do mundo. Só nos EUA, mais de US$ 1,7 bilhão em
falsificação foi retido na fronteira no mesmo ano.
Comércio
ilegal é definido como a "produção, importação, exportação, venda e compra
de bens que não sigam a legislação atual em alguma jurisdição específica".
Entram aí
desde a venda de medicamentos vencidos até a falsificação de marcas famosas ou
a fabricação de bebida alcoólica dentro de casa.
Ganhadores
e perdedores
O comércio
ilegal não é lucrativo apenas para quem o faz; o ganho obtido também acaba
fluindo para os fornecedores dos insumos necessários (fabricantes de garrafas,
por exemplo).
Enquanto isso,
perdem as indústrias legais: seja pela competição desleal, pela perda de
participação de mercado ou pelos danos à reputação das marcas.
Os
consumidores ganham ao pagarem menos por itens de status. No México, perfumes
legais e ilegais chegam a ter uma diferença de preço de 46%. Uma bolsa de luxo
que sai por 3 mil euros na loja é encontrada por 35 euros na rua.
"A
aceitação social é outro estímulo ao comércio ilegal ao redor do mundo. Em
muitos países, os consumidores não percebem a compra de produtos ilegais como
uma atividade criminal", diz o relatório.
Ao mesmo
tempo, quem compra produto ilegal fica mais expostos a riscos. Em junho, 25
pessoas morreram em Mumbai, na Índia, por consumirem álcool ilegal com altos
níveis de metanol (e isso sem falar em medicamentos falsos).
Isso também
prejudica os governos. Apesar do comércio ilegal gerar em algum nível empregos
e fontes de renda, estimula a atividade criminal e funciona como uma draga de
de receita.
Em 2013, 570
milhões de cigarros foram comercializados ilegalmente no mundo com receita de
US$ 39 bilhões. No mercado legal, teriam gerado praticamente o mesmo valor em
impostos (US$ 40 bilhões).
Cerca de um
quarto do álcool vendido na América Latina é ilegal, e o Brasil responde por
63% deste mercado. Por aqui, domina o álcool artesanal (55%) ou falsificado
(38%), com pouca participação de contrabando (6%), que domina na
Colômbia.
Exame.com