No 23º dia de greve dos bancários, os
bancos fizeram uma nova proposta, mantendo o reajuste de 7% mais abono de R$
3,3 mil, mas já garantindo que no ano que vem haja a reposição da inflação além
de 0,5% de aumento real. O índice inflacionário usado é o INPC e também servirá
para reajustar os vales e auxílios no próximo ano. A reunião entre os
trabalhadores e a Federação dos Bancos (Fenaban), que ocorreu em duas partes, a
primeira na terça-feira e a segunda iniciada às 15 horas de quarta, ainda não
terminou.
Os bancários
podem convocar assembleias nesta quinta-feira (29), para que os trabalhadores
votem a proposta. Essa já é a mobilização mais longa da categoria, superando os
21 dias do ano passado.
Embora a
proposta atual esteja distante do pleito da categoria, de reajuste de 14,78%
para este ano, os sindicalistas dão sinais de que poderão aceitar a novidade,
encerrando a greve. A última proposta dos bancos, feita na primeira quinzena de
setembro e que não contemplava 2017, foi rejeitada pelo Comando dos Bancários
ainda na mesa de negociação.
Os
trabalhadores pleiteiam reajuste salarial de 14,78%, sendo 5% de aumento real e
9,31% de correção da inflação; participação nos lucros e resultados de três
salários mais R$ 8.297,61; piso salarial de R$ 3.940,24; vales-alimentação,
refeição, décima-terceira cesta e auxílio-creche/babá no valor do salário
mínimo nacional (R$ 880); 14º salário; fim das metas abusivas e assédio moral;
fim das demissões, ampliação das contratações, combate às terceirizações e à
precarização das condições de trabalho; mais segurança nas agências bancárias e
auxílio-educação.
Os bancários
entregaram a pauta de reivindicações no dia 9 de agosto. A data-base da
categoria é 1º de setembro e a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) tem
validade nacional. Em todo o país, a categoria soma cerca de 512 mil pessoas.
Apesar de os
bancos oferecerem atendimento eletrônico para quase todos os tipo de
transações, algumas operações acabam sendo prejudicadas no período de greve,
especialmente nas instituições públicas. Quem não tem conta na Caixa, por
exemplo, tem mais dificuldade para receber benefícios como FGTS e
seguro-desemprego. Os serviços de financiamentos oferecidos pelas instituições
bancárias também estão sendo afetados. Sem negociações marcadas, não há
previsão para o fim da paralisação.
Agência O Globo