Detentos da Penitenciária Estadual do
Seridó, o Pereirão, iniciaram na noite desta quarta-feira, 18, uma rebelião no
presídio, localizado em Caicó, a cerca de 250 quilômetros de Natal. Segundo a
Secretaria de Administração Penitenciária, um detento foi morto e sete ficaram
feridos. De acordo com a Polícia Militar, o motim está diretamente ligado à
transferência de presos ligados ao Sindicato do Crime do RN da Penitenciária de
Alcaçuz durante a tarde. Presos estão depredando a estrutura dos pavilhões e
queimando colchões. A corporação só deverá intervir quando amanhecer por
condições de luminosidade.
Ao Estado, o coronel
Romualdo Borges, comandante da divisão de policiamento regional 2, que abrange
Caicó, disse que a relação da confusão com a transferência de 220 homens mais
cedo é clara. "Acredita-se que é uma represália, já que aqui só há
detentos do Sindicato. Havia uns 90 e poucos do PCC, mas na última rebelião
foram transferidos", disse.
A decisão de
aguardar pelo amanhecer, segundo ele, se dá pela falta de estrutura de
iluminação do local. "Estamos com guarnições de prontidão, mas não é
aconselhável entrar à noite. Vamos aguardar para entrar e, então fazer uma
varredura." A unidade abriga 317 presidiários homens e 52 mulheres. A
guerra entre o PCC e o Sindicato já havia levado a um motim na cadeia em agosto
do ano passado, quando a estrutura do local foi afetada. A Justiça chegou a
interditá-la, impedindo que o Estado enviasse novos detentos para lá cumprirem
pena.
Ataques. Onze ônibus foram atacados nesta quarta-feira, 18, em Natal, após
a transferência de presos da Penitenciária de Alcaçuz para a Penitenciária
Estadual de Parnamirim . Outro veículo do governo também foi atacado e há
relatos de tiros contra duas delegacias da cidade. A Polícia Militar informou
ao Estado que os crimes têm relação com a disputa entre as facções. Os ataques
forçaram a empresa a recolher os veículos e a prefeitura determinou que táxis,
vans escolares e carros credenciados façam o serviço de lotação para suprir a
demanda.
Por
Marco Antônio Carvalho - Estadão