Em uma semana que deve ser decisiva
para sua sobrevivência no cargo, o presidente Michel Temer fez um discurso
forte e cheio de recados, ressaltando que nada o "destruirá".
Para uma plateia
de empresários e comerciantes, ele disse que "não há plano B" no país
e que é necessário seguir adiante. A fala foi feita durante sanção de proposta
que autoriza diferenciações de preços nos meios de pagamento.
A expectativa é
de que até terça-feira (27) o procurador-geral da República, Rodrigo Janot,
apresente denúncia contra o presidente por corrupção passiva.
"Ninguém
duvide: nossa agenda de modernização do Brasil é a mais ambiciosa de muito
tempo. Tem sido implementada com disciplina e com sentido de missão. Não há
plano B. Há de seguir adiante. Nada nos destruirá. Nem a mim, nem aos nossos
ministros", disse.
No mesmo dia em
que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso defendeu que o peemedebista
encurte seu mandato, o presidente disse que nem todos entendem bem as
iniciativas da gestão peemedebista.
"Às vezes,
as pessoas tomam outros caminhos, mas vamos produzindo pelo país",
afirmou.
O peemedebista
ressaltou que o seu governo é "de transição" e que apenas ele tem a
capacidade de implementar medidas que outras gestões não fariam diante da
preocupação com questões eleitorais.
"Nós
estamos fazendo uma transição para que quem vier depois pegue um país nos
trilhos do crescimento", afirmou.
No discurso, o
presidente também reconheceu que a reforma previdenciária "deu uma
parada", mas que ela será retomada. A nova previsão do Palácio do Planalto
é de que ela fique apenas para agosto.
Neste domingo
(25), o presidente mobilizou uma tropa de choque governista para tentar barrar
a denúncia contra ele já na primeira quinzena de julho.
Caso não seja
possível liquidar a fatura antes do início do recesso parlamentar, que começa
em 18 de julho, a base aliada articula o seu adiamento, segurando a votação da
LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias).
Por Gustavo Uribe e Maeli Prado - FOLHAPRESS