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A falta de emprego atinge mais indivíduos pretos e pardos que
os demais, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
Contínua (Pnad
Contínua), do IBGE, divulgada nesta
sexta-feira. A taxa de desocupação registrada
para esse segmento da população foi de 14,6% no terceiro trimestre de 2017,
frente a 9,9% dos brancos.
O total de pretos e pardos
que buscaram e não conseguiram emprego no período era de 8,3 milhões, dentre 13
milhões desocupados (63,7% do total). Esses dois grupos étnicos representavam
54,9% da população com mais de 14 anos.
A remuneração média mensal no
terceiro trimestre foi de 1.531
reais, enquanto a dos brancos foi de 2.757 reais, segundo a Pnad Contínua.
Além do desemprego, a taxa de
subutilização – que considera também a subocupação, por trabalho inferior a 40
horas semanais – também é maior para pretos e pardos, de 28,3% ante 18,5% dos
brancos. Segundo o IBGE, havia 26,8 milhões de brasileiros subutilizados no
terceiro trimestre.
Segundo o coordenador de
trabalho e rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, os dados indicam a desigualdade
no mercado de trabalho brasileiro. “Entre os diversos fatores estão a falta de
experiência, de escolarização e de formação de grande parte da população de cor
preta ou parda. Isso é um processo histórico, que vem desde a época da
colonização. Claro que se avançou muito, mais ainda tem que se avançar
bastante, no sentido de dar a população de cor preta ou parda igualdade em
relação ao que temos hoje na população de cor branca”, disse o pesquisador.
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