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O número de casos confirmados de febre
amarela no Brasil praticamente quadruplicou em apenas uma semana. Levantamento
divulgado hoje informa que de julho até agora foram confirmadas 130 infecções.
Na semana passada, o boletim informava 35 infecções. O número de mortes
provocadas pela doença também avançou de forma expressiva. Até agora, são 53
óbitos, mais do que do dobro do que o contabilizado semana passada - 20 mortes.
Ao todo, foram registrados 601 casos suspeitos, dos quais 162 permanecem em
investigação.
São Paulo concentra a maior
parte dos registros. Até agora, foram 61 pacientes com a confirmação da doença.
Chama a atenção o avanço da doença em Minas, Estado que no ano passado foi
duramente atingido por um surto de febre amarela. Até agora, Minas confirmou 50
casos. A expectativa de técnicos era a de que, neste ano houvesse uma redução
de casos nas cidades mineiras, principalmente porque se imaginava que a
cobertura vacinal na região havia melhorado. Os casos de febre amarela
confirmados até agora estão distribuídos em quatro unidades da federação. Além
de São Paulo e Minas, foram contabilizados 18 pacientes com a doença no Rio e
um no Distrito Federal.
Os números nacionais são bastante expressivos, mas menores do
que os registrados no mesmo período do ano passado. Em 2017, até 23 de janeiro
o País contabilizava 397 casos da doença, com 131 mortes. O ministro da Saúde,
Ricardo Barros, voltou a afirmar hoje que a situação da febre amarela está
dentro do protocolo e sob controle. Como argumento, ele cita o fato de que a
circulação do vírus nesse momento ocorre em áreas muito mais populosas e, mesmo
assim, os indicadores são menores que no ano passado.
Em entrevista concedida ao Estado nesta segunda, o
ministro disse considerar “pouco provável” que o País enfrente neste ano uma
epidemia nas mesmas proporções do que a registrada no ano passado.
Especialistas ouvidos pela reportagem, no entanto, não apresentam a mesma
convicção. A Organização Mundial da Saúde, num comunicado também divulgado
nesta segunda, alertou para o elevado risco de mudança do padrão atual de
transmissão. Isso porque nas regiões onde hoje o vírus da febre amarela circula
há ainda um grande número de pessoas que não foram vacinadas e, portanto, são
suscetíveis à doença. Barros, contudo, afastou a possibilidade de que haja
nesse momento transmissão urbana da doença.
Estadão