Reprodução |
A velha máxima de “casar por dinheiro” ganhou uma nova
roupagem com a evolução das redes sociais. É crescente a onda de mulheres, das
mais diversas idades, que utilizam programas para encontrar homens ricos
capazes de pagar atividades educacionais, viagens, roupas ou pequenos luxos, em
troca de um pouco de relação de amor, carinho e afeto.
No
Rio Grande do Norte, o site “Meu Patrocínio”, que une homens “generosos” a
candidatas jovens à procura de relacionamentos verdadeiros de todo o Brasil – a
partir de acordos contratuais pré-estabelecidos. Hoje, o serviço contabiliza
240 homens dispostos a financiar custos femininos e um total de 962 mulheres
aptas a uma vida mais próspera em todo o estado.
De
acordo com o site, os financiadores são chamados de “Sugar Daddies”. As
mulheres bancadas financeiramente são as “Sugar Babies”.
Permeada
por polêmicas, como ser, no fim das contas, uma espécie de prostituição velada,
a empresa tenta se desvincular da imagem de “meretrício moderno”. O cadastro no
serviço diz que uma “Sugar Baby é aquela mulher que quer encontrar homens
financeiramente estáveis que podem proporcionar o estilo de vida que
ela deseja”.
A
ideia é de que financiadores e financiadas possam, a partir do serviço, engatar
relacionamentos duradouros – sejam pagos ou não. Os potiguares que bancam as
meninas possuem uma renda mensal de RS 20 mil. Há “sugar daddies” que relataram
ter renda acima de R$ 100 mil. Em média, eles chegam a dispor entre 10% a 20%
dos rendimentos para bancar pedidos de uma “Sugar Baby”.
Formada
em licenciatura em matemática, a gaúcha Debora*, 24, está desempregada há seis
meses. Atualmente, ela dá aulas particulares. “Essa atividade sempre foi um
meio de ganhar dinheiro extra e hoje é minha única renda. Estou à procura de um
homem para me oferecer alguma ajuda financeira”, diz ela.
No
Rio Grande do Norte, o perfil de mulheres interessadas no serviço é formado por
jovens que cursam graduação superior, com idade entre 18 e 30 anos e que, hoje,
estão desempregadas. Atualmente, segundo do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatísticas (Ibge), da população de 18 e 24 anos no Rio Grande do Norte, entre
outubro e dezembro de 2017, 26% não estavam trabalhando no período pesquisado.
Em
todo o país, o site contabiliza 27 mil usuários cadastrados. Dentre os estados
com maior número mulheres inscritas, estão São Paulo, Goiás, Rio de Janeiro,
Mato Grosso e Rio Grande do Sul.
Para
entrar na rede, é preciso preencher um cadastro com as preferências e, no caso
dos homens, revelar sua renda mensal e o tamanho de seu patrimônio. Já a mulher
precisa passar por um minucioso catálogo de informações. As duas partes têm as
informações analisadas e, só depois da confirmação de todos os dados, os perfis
são publicados no site.
Para
que os patrocinadores tenham acesso ao perfil das candidatas, o site cobra R$
199 pelo acesso das informações. A ideia do site é, a partir da negociação
entre as partes, dar continuidade aos encontros e preservar a identidade dos
envolvidos.
Agora RN