Tânia Rêgo / Agência Brasil |
O Comitê
Olímpico Brasileiro (COB) investirá este ano R$ 153 milhões na preparação dos
atletas para os Jogos Olímpicos de Tóquio em 2020. O COB espera contar em
Tóquio com uma delegação de 250 atletas, que junto com as respectivas comissões
técnicas, estará espalhada por oito bases de apoio, todas
situadas próximas aos locais de competição.
O número
é próximo da delegação que representou o país nos Jogos Olímpicos de Londres,
oito anos antes, com 259 atletas. Mas é bem inferior aos 465 atletas que
representaram o país nos jogos do Rio, já que os países sedes têm direito a
mais vagas.
As
informações foram divulgadas nesta segunda-feira, 23, na sede da
entidade, no Rio de Janeiro, quando foi feito um balanço dos preparativos que
estão sendo implementados para que o Brasil possa apresentar um bom desempenho
na competição. O gerente de Performance Esportiva do COB. Jorge
Bichara, informou que a entidade já deu início à ambientação da delegação
brasileira ao país sede e às cidades e locais onde os eventos acontecerão e
onde estarão localizadas as bases de apoio da delegação brasileira.
Medalhas
Os
dirigentes do COB preferiram não estabelecer metas para o desempenho dos
atletas brasileiros na competição, que acontecerá daqui a dois anos, mas foram
unânimes em afirmar que o objetivo é de manter a performance da Rio 2016,
mantendo ou mesmo ampliando o número de modalidades cujos atletas subirão ao
pódio. Em Tóquio, haverá cinco novas modalidades em disputa, em pelo menos três
das quais o Brasil poderá almejar atingir o lugar mais alto do pódio: surf,
skate e karatê.
“Só
divulgaremos metas em 2019 após a realização do campeonato mundial, até para
não gerar expectativas e pressão sobre a delegação”, disse Bichara. Na
Olimpíada de 2016, embora o país tenha projetado ficar na lista dos dez
melhores, o Brasil obteve a 12º lugar ao conquistar um total de 19 medalhas.
Os
dirigentes acreditam, porém, que em alguns esportes há uma maior expectativa em
torno de medalhas, como é o caso do voleibol em suas diversas modalidades, do judô,
da vela e do futebol – esporte que ganhou o primeiro ouro olímpico em 2016, e
até mesmo o taekwondo.
“Tradicionalmente,
o judô é o esporte que nos dá sempre bons resultados no Jogos Olímpicos, o que
reflete sempre em quantidade de medalhas. O vôlei também é um esporte de
tradição e que nos rende medalhas, mas não existe medalha certa e sim
trabalho”, ressaltou o dirigente.
Investimentos
Embora os
dirigentes acreditem que será possível manter até 2022 o mesmo patamar anual de
investimento, não deixam de ressaltar a preocupação com as dificuldades por que
passa o país e a atual defasagem do real frente ao dólar e a ao euro.
“Nossa
expectativa é de conseguir fazer um investimento que dê aos nossos atletas
possibilidades de brigar por medalhas em condições de igualdade com todos os
nossos adversários. A gente sabe que não é barato participar de um evento tão
grandioso como este e em um lugar tão distante como é o Japão, talvez o mais
distante em relação ao nosso país. O custo é caro, o investimento é grande e é
lógico que a situação econômica do país nos preocupa” disse Rogério Sampaio,
gerente-geral do COB.
Sampaio
também ressaltou dificuldades decorrentes da disparidade do real com outras
moedas, como o dólar e o euro. “E é claro que isso traz um cenário de
preocupação, mas nós acreditamos que mesmo com toda a dificuldades nós
conseguiremos manter o mesmo padrão de investimento deste ano, em 2019. E é
sempre bom lembrar que os R$ 153 milhões deste ano na preparação dos nossos
atletas é o maior que nós já fizemos até hoje”.
Recursos
O
gerente-geral do COB lembrou que a maioria dos recursos do Comitê atualmente
vem da Lei Agnelo Piva, que é um percentual dos jogos da loteria esportiva “e a
gente sabe que quando o país está em crise as pessoas gastam menos nas loterias
e a gente também acaba recebendo menos. Mas nós estamos conseguindo
desenvolver, também no COB, uma política de austeridade, e mesmo com toda as
dificuldades econômica do país nós estamos conseguindo manter os investimentos
nos atletas”, enfatizou.
Até 2015,
a lei Agnelo Piva previa que 2% da arrecadação bruta das loterias federais em
operação no país, descontadas as premiações, fossem destinados em favor do COB
e do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), na seguinte proporção: 85% para o COB
e os 15% restantes para o CPB. Em 6 de julho de 2015, a Presidência
da República sancionou a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência,
que ampliou de 2% para 2,7% o valor repassado ao COB e ao CPB, e aumentou para
37,04% a fatia destinada ao Comitê Paralímpico.
Agência
Brasil