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Um informe
produzido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), pelo Banco Mundial e pelo
Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef, na sigla em inglês) aponta
que, apesar dos avanços importantes nos últimos 25 anos no combate à pobreza, a
morte de crianças continua em níveis "inaceitáveis". A cada cinco
segundos, uma criança de menos de 15 anos não sobrevive a doenças, violência ou
acidentes no mundo. Em 2017, 6,3 milhões morreram e, segundo o levantamento, a
maioria delas poderia ter sido salva.
De acordo
com as agências, desse total de mortes, 5,4 milhões delas ocorreram com
crianças de menos de 5 anos.
No Brasil, as entidades também apontam
para uma estagnação nos avanços para evitar as mortes neonatais no Brasil entre
2016 e 2017. Em 1990, o País registrou 96 mil mortes. Mas o volume caiu para
apenas 23 mil em 2016, com um dos maiores avanços entre os países emergentes. No
ano passado, o total era de 25 mil.
Proporcionalmente,
a taxa também registrou uma pequena alta. Em 1990, o índice era de 26 mortes
para cada mil nascimentos. Em 2016, essa taxa era de apenas oito para cada mil.
Um ano depois, esse número era de nove mortes para cada mil nascimentos.
No que se
refere às mortes de crianças de menos de 5 anos, a queda também perdeu força.
Em 1990, 64 crianças para cada mil nascimento morriam no Brasil antes dos 5
anos. Em 2016, a taxa caiu para apenas 15 a cada mil. Isso significou uma queda
de 240 mil mortes em 1990 para apenas 45 mil em 2016. Em 2017, a taxa
permaneceu inalterada.
Apesar de os
números representarem um desafio para a comunidade internacional, as agências
admitem que a queda na mortalidade em 30 anos foi substancial em todo o mundo.
Em 1990, 12,6 milhões de crianças com menos de 5 anos morriam anualmente. Em
2017, essa taxa foi de 5,4 milhões. Entre as crianças de 5 a 14 anos, o volume
caiu de 1,7 milhão para menos de 1 milhão.
Para as
agências, os avanços precisam ser mantidos. "Sem uma ação urgente, 56
milhões de crianças vão morrer até 2030", disse Laurence Chandy, diretora
de Pesquisa da Unicef.
"Fizemos enormes progressos para salvar crianças
desde 1990. Mas milhões ainda estão morrendo por quem são e onde
nasceram."
"Soluções
médicas fáceis, água limpa, eletricidade e vacinas podem mudar a vida de muita
gente", afirmou Laurence.
Metade das
mortes em 2017 ocorreu na África Subsaariana. As disparidades com os países
ricos ainda são profundas. Na Europa, por exemplo, uma em cada 185 crianças com
menos de 5 anos morre. Na África, a morte afeta uma a cada 13.
Um
recém-nascido na África ou no Sudeste Asiático tem nove vezes mais chance de
morrer em seu primeiro mês de vida do que uma criança no país rico.
Mesmo dentro
de países, a disparidade preocupa. De acordo com o estudo, uma criança da zona
rural tem 50% a mais de chance de morrer do que aquelas em zonas urbanas.
Filhos nascidos de mães não educadas têm ainda duas vezes mais chance de não
chegar aos 5 anos que aqueles com mães com um nível de escolaridade equivalente
ao ensino médio. Com informações do Estadão Conteúdo.
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