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© Adriano Machado/Reuters Maia: após a palestra, a imprensa pediu para Maia analisar mais a fundo as declarações de Janot. |
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo
Maia, comentou na manhã desta sexta-feira (27) as
declarações do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, que disse, na
véspera, ter pensado em matar o ministro do STF Gilmar Mendes.
“Hoje descobrimos que o procurador-geral
queria matar ministro do Supremo. Quem vai querer investir num país desse?”,
questionou Maia em evento no Rio.
Ao arrancar risadas da plateia, o
parlamentar complementou: “Pelo menos a Polícia Federal já devia ter retirado o
porte de arma dele para a gente ficar mais tranquilo.”
Após a palestra, a imprensa pediu para
Maia analisar mais a fundo as declarações de Janot. “Sei lá”, divagou o
deputado. “Não se pode nem mais brincar…”
Outro alvo de críticas de Maia foi o
ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. “O ministro do Meio Ambiente nega os
dados técnicos do Inpe, esse é o Brasil que nós temos”, disse, também no
contexto de crítica à insegurança que o país gera aos investidores.
Declarações
Em entrevistas reveladas nesta quinta-feira (26), o ex-PGR contou
que, em 2017, sua relação com o ministro do STF tornou-se tão conflituosa
que ele chegou a ir armado ao tribunal para matar o ministro.
“Não ia ser ameaça não. Ia ser assassinato mesmo. Ia matar ele e
depois me suicidar”, disse Janot ao Estadão. O conflito atingiu a temperatura
máxima quando Janot tentou impedir Gilmar de atuar num processo envolvendo o
empresário Eike Batista.
Janot alegou que Gilmar estava impedido de julgar o caso porque sua
esposa, Guiomar Mendes, trabalhava no escritório de advocacia que defendia
Eike.
Em seguida, surgiram notícias que acusavam a filha de Janot de ser
advogada de empresas envolvidas na Lava-Jato. O ex-procurador-geral acusa
Gilmar de ter inventado essa história.
O fato o teria deixado tão abalado que
ele planejou matar Gilmar em pleno STF. Os dois chegaram a se encontrar na
antessala do Tribunal. Janot diz que foi “a mão de Deus” que o impediu de puxar
o gatilho.
Exame.com