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| © Mateus Vargas/Estadão Ativistas do Greenpeace fazem manifestação em frente ao Palácio do Planalto |
BRASÍLIA
– A organização ambiental Greenpeace vai
acionar, na Justiça, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles,
pelas declarações publicadas pelo ministro no Twitter, na qual insinua que o
barco da ONG estava na mesma área suspeita de derramar o petróleo cru que se
espalhou pelo litoral do Nordeste do País.
Ao Estado,
o coordenador de políticas públicas do Greenpeace, Marcio Astrini, disse que a
área jurídica da organização já foi mobilizada e que Ricardo Salles será
interpelado judicialmente. “Iremos à Justiça contra as falsas declarações
feitas pelo ministro”, disse Astrini. “A decisão está tomada. Agora, será
analisada por nossa área jurídica”.
Nesta quinta-feira, 24,
mais cedo, Ricardo Salles usou a rede social Twitter e fez a seguinte
declaração: “Tem umas coincidências na vida né... Parece que o navio do
#greenpixe estava justamente navegando em águas internacionais, em frente ao
litoral brasileiro bem na época do derramamento de óleo venezuelano...”
O
Ministério do Meio Ambiente foi questionado se, de fato, realiza algum tipo de
investigação que envolva a embarcação do Greenpeace, mas não se manifestou
sobre o assunto. O Estado também
pediu um posicionamento da pasta a respeito da decisão do Greenpeace, de
processar Salles pelas declarações que publicou, mas o MMA não respondeu ao
pedido até o momento.
Em reação às afirmações do
ministro, o Greenpeace publicou uma nota, na qual afirma que, “enquanto o óleo
continua atingindo as praias do Nordeste, o ministro Ricardo Salles nos ataca
insinuando que seríamos os responsáveis por tal desastre ecológico”. “Trata-se,
mais uma vez, de uma mentira para criar uma cortina de fumaça na tentativa de
esconder a incapacidade de Salles em lidar com a situação”, declarou o
Greenpeace.
A organização afirmou que seu navio
Esperanza faz parte de uma campanha internacional chamada “Proteja os Oceanos”,
que saiu do Ártico e vai até a Antártida ao longo de um ano, denunciando as
ameaças aos mares. A embarcação passou pela Guiana Francesa entre agosto e
setembro, onde realizou uma expedição de documentação e pesquisa do recife
conhecido como Corais da Amazônia, segundo o Greenpeace, com o propósito de
lutar pela proteção dos oceanos e contra a exploração de petróleo em locais
sensíveis para a biodiversidade marinha. No momento, o navio está atracado em
Montevidéu, no Uruguai.
Estadão
