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| José Aldenir / Agora RN |
Os
rendimentos da população 10% mais rica do Rio Grande do Norte são 46 vezes
maiores do que os rendimentos dos 10% mais pobres. Essa concentração, referente
a 2018, é a mais alta registrada nos últimos sete anos. Em 2012, os 10% mais
ricos ganhavam 32 vezes mais que os 10% mais pobres. Em 2017, essa razão era de
36 vezes. A conclusão está na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta quarta-feira, 16, Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo o levantamento,
enquanto os 10% mais pobres da população tiveram um decréscimo de 7,7% no
rendimento médio mensal, entre 2017 e 2018, passando de R$ 168 para R$ 155, o
rendimento dos 10% mais ricos aumentou 18,2%, variando de R$ 6.060 para R$ 7.161.
O Piauí, no Nordeste, é a
unidade da federação onde está a maior disparidade entre esses dois grupos
populacionais: os 10% mais ricos ganham 72 vezes mais que os 10% mais pobres.
Santa Catarina, na região Sul, apresenta uma diferença de 12 vezes, a menor do
Brasil.
Em todo o País, segundo a
Pnad Contínua, a metade mais pobre da população, quase 104 milhões de
brasileiros, vivia com apenas R$ 413 mensais, considerando todas as fontes de
renda. No outro extremo, o 1% mais rico – somente 2,1 milhões de pessoas –
tinha renda média de R$ 16.297 por pessoa. Ou seja, essa pequena fatia mais
abastada da população ganhava quase 40 vezes mais que a metade da base da
pirâmide populacional.
Em todo o País, 10,4
milhões de pessoas (5% da população) sobrevivem com R$ 51 mensais, em média. Se
considerados os 30% mais pobres, o equivalente a 60,4 milhões de pessoas, a
renda média per capita subia a apenas R$ 269.
Mesmo passada a crise
econômica, a desigualdade se agravou. A renda domiciliar per capita dos 5% mais
pobres caiu 3,8% na passagem de 2017 para 2018. Ao mesmo tempo, a renda da
fatia mais rica (1% da população) cresceu 8,2%.
O Índice de Gini da renda
domiciliar per capita – medida de desigualdade de renda numa escala de 0 a 1,
em que quanto mais perto de 1 maior é a desigualdade – subiu de 0,538 em 2017
para 0,545 em 2018, patamar auge na pesquisa.
No RN, esse Índice foi
estimado em 0,535. Já Índice de Gini do rendimento médio mensal real de todos
os trabalhos, por sua vez, foi estimado em 0,509 no Brasil. No RN, esse Índice
foi estimado em 0,529. Isso significa que a desigualdade de renda entre os
trabalhadores do Rio Grande do Norte é maior que a nacional, havendo um
crescimento Índice de Gini do rendimento médio mensal real de todos os
trabalhos dos potiguares, que passou de 0,487, em 2017, para 0,529 em 2018.
Os mais pobres ficaram mais
pobres, os mais ricos ficaram mais ricos, confirmou Maria Lucia Vieira, gerente
da Pnad. Para a pesquisadora, o fenômeno tem relação com a crise no mercado de
trabalho, que afetou especialmente o extrato de trabalhadores com menor
qualificação e menor remuneração.
“Continuam no mercado de
trabalho aqueles que ganham mais”, justificou Maria Lucia Vieira.
No Rio Grande do Norte, as
mulheres têm rendimento médio mensal de 81% da renda dos homens; no Brasil, de
forma semelhante, o rendimento médio mensal é de 79% do obtido pelos homens. No
RN, os homens têm rendimento médio de R$1.819, e as mulheres, R$1.479; enquanto
no Brasil, os homens têm rendimento de R$2.460, e as mulheres, R$1.938.
No Rio Grande do Norte,
pessoas pardas têm rendimento médio mensal equivalente a 73% das brancas; as
autodeclaradas pretas, 66%. O rendimento das pessoas brancas é de R$ 2.040;
pardas, R$ 1.481; e pretas, R$ 1.338.
Agora
RN
