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© Nicolas Asfouri/AFP Chineses usam máscaras para tentar se proteger contra o coronavírus em estação de Beijing, enquanto o Centro de Wuhan, foco de contaminação,´é isolado |
Partiu
da cidade chinesa de Wuhan, da província de Hubei, a primeira ameaça à saúde
pública mundial em 2020. O coronavírus, de um hospedeiro desconhecido, matou 17
pessoas na China, já chegou à Coreia do Sul, Japão, Tailândia, França,
Austrália, Reino Unido, Estados Unidos e agora também pode assombrar o Brasil,
que investiga o primeiro caso suspeito, assim como a Rússia. Autoridades de
todo o planeta tentam conter a doença para evitar que ela se espalhe por todo o
mundo.
A contaminação está ligada
ao Centro de Wuhan, capital de Hubei, onde 11 milhões de pessoas vivem.
Autoridades isolaram a área e recomendaram à população que não saia da cidade e
aos turistas que evitem o local. O aeroporto de Whuam serve 104 destinos,
incluindo 29 fora da China. O terminal recebe voos diretos toda semana. Agora,
de acordo com o jornal britânico The Guardian, os passageiros que chegam de
áreas contaminadas são isolados em diferentes locais. O mesmo está sendo feito
em aeroportos dos Estados Unidos, que têm como voos de Wuhan como destino. Essa
abordagem também está sendo feita nos aeroportos de alguns países da Ásia onde
foi confirmada a presença do vírus.
Neste momento, a maior
preocupação é com o ano-novo chinês, feriado de uma semana, que começa amanhã,
e é a época com maior registro de viagens internacionais no país. O alerta é
para que os chineses permaneçam em suas cidades e que os aeroportos fiquem
fechados para evitar uma maior contaminação.
De acordo com os últimos
números oficiais, além dos 17 mortos, 444 pessoas estão infectadas na China. A
maioria das pessoas que contraíram o vírus estava no Centro de Hubei, onde ele
foi detectado pela primeira vez. Os casos foram confirmados em 13 províncias
chinesas e nas cidades de Pequim, Xangai, Chongqing e Tianjin. Cinco outros
países da região reportaram cada um, uma única infecção.
Paris, Dubai, Tóquio,
Sidney e Londres tiveram casos confirmados. Além da China, a Birmânia,
Tailândia e Indonésia entraram em alerta. As autoridades americanas anunciaram
que um homem que viajou para Hubei foi diagnosticado com o vírus na cidade de
Seattle.
2003 X 2020 Este novo vírus
trouxe lembranças dolorosas de outro surto viral que começou a se espalhar na
China e causou estragos em todo o mundo, deixando as autoridades chinesas com
dificuldades para recuperar a confiança da população. Em 2003, o surto de Sars,
também causado por um coronavírus, se espalhou para 37 países, provocando
pânico, infectando quase 8,5 mil pessoas e deixando para trás um número
estimado de 1 mil mortes.
O Sars começou a se
espalhar em novembro de 2002 e o grande surto aconteceu em agosto de 2003 na
China, com 5.300 casos. Foram detectadas contaminações nos Estados Unidos e
Canadá, além de Hong Kong, com 1.700 casos.
Agora, quase 17 anos depois,
autoridades chinesas asseguram que aprenderam com os erros do passado ao tentar
conter o novo coronavírus. Especialistas dizem que as falhas ocorridas em
relação à Sars foram causadas por um sistema de saúde com poucos recursos e
supercentralizado, com pouca experiência em doenças infecciosas e nenhum
mecanismo de divulgação de informações. Os governos locais também estavam
relutantes em assumir a responsabilidade pela rápida disseminação de infecções.
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