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O Brasil confirmou na noite desta terça-feira, 25, o primeiro caso com teste
positivo para o novo coronavírus, segundo apurou o Estado. Trata-se, segundo
o Ministério da Saúde, de um homem de 61
anos, residente em São Paulo, com histórico de
viagem para a Itália, na região da
Lombardia (norte do país), a trabalho, sozinho, no período de 9 a 21 de
fevereiro. O paciente, segundo as autoridades, está bem, tem sinais brandos da doença e ficará em
isolamento domiciliar.
O caso foi
relatado pelo Hospital Israelita Albert Einstein como
suspeito de coronavírus na tarde desta terça. Com resultados preliminares
realizados pela unidade de saúde e conforme o Plano de Contingência Nacional, o
hospital enviou a amostra para o laboratório de referência nacional, Instituto Adolfo Lutz, para contraprova, que já foi
realizada. Fontes ouvidas pelo Estado, porém, adiantaram o
diagnóstico positivo.
Segundo o
hospital, o paciente foi atendido na unidade Morumbi, na zona sul da capital,
na noite da última segunda-feira, 24, e a infecção foi confirmada por meio do
teste PCR em tempo real.
"A equipe
assistencial do pronto atendimento seguiu com rigor todos os protocolos
estabelecidos pelo Ministério da Saúde, Organização Mundial de Saúde (OMS)
e Centers for Disease Control and Prevention (CDC-EUA), para oferecer o
atendimento apropriado e garantir a segurança do paciente e de todos os
profissionais envolvidos", informou, em nota, o hospital.
Ainda de
acordo com o Hospital Israelita Albert Einstein, o paciente não precisou ser
internado, apresenta bom estado clínico e está "em isolamento
respiratório, que será mantido durante os próximos 14 dias".
"A equipe
médica segue monitorando-o ativamente, assim como as pessoas que tiveram
contato próximo com ele", completa a nota.
O Ministério
da Saúde divulgará oficialmente o laudo final da investigação às 11 horas desta
quarta-feira, 26. O ministro, Luiz Henrique Mandetta, e o secretário paulista
da Saúde, José Henrique Germann Ferreira, estarão juntos na entrevista
coletiva, em Brasília, para falar sobre o caso e anunciar quais providências
serão tomadas.
Iniciado
na China em dezembro, o surto já tem cerca de 80 mil casos pelo mundo e
mais de 2,6 mil mortes. Desde o fim da semana, a explosão de casos da Itália tem
elevado o alerta global sobre a doença.
Mesmo com a
confirmação do resultado positivo, integrantes do governo já adiantaram
ao Estado que nada mudará na estratégia que já vem sendo
conduzida para conter o avanço da doença, uma vez que o País já antecipou a
decretação do estado de emergência em saúde pública. Nesse cenário, pode até
fazer contratos sem licitação.
As secretarias
de Saúde do Estado e da Prefeitura realizam a identificação de pessoas que
tiveram contato com o paciente na residência, hospital e no voo, com auxílio da
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e da companhia aérea.
No total, São
Paulo investiga mais três casos suspeitos, todos de adultos: dois da capital e
um de Bauru. Todos são viajantes que vieram de algum dos países que entraram na
lista de vigilância do ministério, que inclui Austrália, China, Coreia do Sul,
Coreia do Norte, Camboja, Filipinas, Japão, Malásia, Vietnã, Cingapura,
Tailândia, Alemanha, França, Irã e Emirados Árabes. Nesta terça, a Embaixada do
Brasil em Roma destacou que “o governo brasileiro não estabeleceu restrições a
voos provenientes da Itália”.
Governo corre para comprar máscaras, luvas e imunoglobina
Segundo apurou
o Estado, o governo está em fase final de compra de equipamentos,
como máscaras e luvas. Já a contratação de mil leitos em hospitais, anunciada
em janeiro, ainda está em análise. O governo corre para garantir a compra de
imunoglobulina, usado em pacientes com imunidade baixa e para amenizar efeitos
de infecções.
A ideia é
trazer o produto emergencialmente da China e da Coreia do Sul, mas a
finalização da importação espera aval da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa).
Para Alberto
Beltrame, presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde, o País está
preparado para eventual chegada do vírus. “Já estão identificados os hospitais
e, se a doença evoluir, providências serão tomadas.”
Estadão