© Reuters Presidente Jair Bolsonaro deixa Palácio da Alvorada |
BRASÍLIA
(Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira que está
preparado para o zerar os impostos federais sobre os combustíveis se os
governadores também zeraram o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e
Serviços (ICMS), cobrado pelos estados.
"Eu
zero federal se eles zerarem o ICMS. Está feito o desafio aqui, agora. Eu zero
o federal hoje, eles zeram o ICMS. Se topar, eu aceito", disse o
presidente aos jornalistas ao sair do Palácio da Alvorada.
Bolsonaro lançou o
"desafio" ao ser lembrado pelos jornalistas que os governadores
afirmaram que a maior parte dos impostos que incidem sobre os combustíveis são
federais.
Esta semana, em sua conta
no Twitter, Bolsonaro culpou os governos estaduais pelo custo dos combustíveis
não cair nas bombas. Segundo o presidente, os "governadores cobram em
média 30% de ICMS sobre o valor médio cobrado nas bombas", e não admitem
perder receita.
Disse ainda que irá enviar
uma lei complementar ao Congresso para que o ICMS seja um valor fixo por litro.
Além disso, o presidente defende que o ICMS seja cobrado ao sair das
refinarias, e não dos postos.
Nesta quarta, Bolsonaro
voltou à carga, disse que não está comprando briga com governadores, mas voltou
a culpá-los.
"Problema que estou
tendo é com combustível. Pelo menos a população já começou a ver de quem é a
responsabilidade. Não estou brigando com governador, o que eu quero é que o
ICMS seja cobrado do combustível lá na refinaria, e não na bomba. Eu baixei
três vezes o combustível nos últimos dias e na bomba não baixou nada",
defendeu.
Depois da proposta do
presidente, na segunda-feira, 23 dos 27 governadores assinaram uma carta
rechaçando sua fala. Na carta, dizem que o assunto precisa ser tratado de forma
"responsável" e nos fóruns adequados, além de lembrar que não cabe à
União definir impostos sobre consumo.
Os governadores defenderam
ainda que então a União abra mão de PIS, Cofins e CIDE, os impostos federais
que incidem sobre os combustíveis, e reveja a política de preços da Petrobras,
controlada pela União.
(Reportagem de Lisandra Paraguassu)
Reuters