Thathiana Gurgel/DPRJ |
O
Brasil tem mais de 773 mil presos em unidades prisionais e nas carceragens das
delegacias. Os números, relativos a junho de 2019, foram divulgados, nesta
sexta-feira (14), pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen), órgão
ligado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública.
O número de presos nas
unidades carcerárias soma 758.676, a maioria, 348.371, no regime fechado, quase
a metade do total de aprisionados, 45,92%. Os dados mostram um crescimento
dessa população de 3,89% em relação ao apurado em 2018.
Os presos provisoriamente –
que ainda não foram condenados – constituem o segundo maior contingente, com
253.963, representando 33,47% do total. Os presos no semiaberto, 16,63%, somam
126.146, e os no regime aberto são 27.069, representando 3,57% do total. Já os
que estão em medida de segurança ou em tratamento ambulatorial somam 3.127 pessoas.
Os números mostram ainda
que faltam 312.125 vagas nas unidades carcerárias do país e que as vagas
disponíveis são 461.026.
A quase totalidade dos
presos é do sexo masculino, representando mais de 90%. As mulheres representam
pouco mais de 8%.
Os dados mostram ainda que
houve um aumento no número de mulheres encarceradas, na comparação com 2018. Em
2019, foram 37,8 mil presas, contra 36,4 mil em 2018. O resultado rompe a
tendência de queda no encarceramento feminino, que vinha sendo registrada desde
2016.
A maioria dos presos,
39,42%, responde por crimes relacionados às drogas, como o tráfico. Em seguida
vem os presos por crimes contra o patrimônio, que respondem por 36,74% do total
de crimes. Os crimes contra a pessoa somam 11,38% e os crimes contra a dignidade
sexual representam 4,3%.
Vagas
Durante a apresentação dos
dados, o diretor-geral do Depen, Fabiano Bordignon, disse que o governo está
trabalhando para reduzir o déficit de vagas nos presídios. Segundo Bordignon, a
estimativa é que sejam criadas 20 mil vagas este ano. A previsão é de um total
de 100 mil até 2022.
“Não temos muitos presos no
Brasil, na verdade temos poucas vagas. O problema não é quantos presos você
tem, mas o que você faz com os presos que possui. Tem que ter trabalho”, disse
Bordigon.
De acordo com o diretor,
além da criação de vagas, também é prioridade do governo investir em projetos
voltados para a formação profissional dos presos e na atenção aos egressos.
“O trabalho é uma
possibilidade, uma ferramenta de tomada de controle [dos presos]”, disse
Bordigon, para quem deve haver uma atenção especial aos egressos do sistema
prisional. “Às vezes você investindo R$ 50 por preso egresso, ele não volta
para uma unidade prisional e vamos ter mais uma vaga”, acrescentou.
Bordingon disse ainda que o
número de presos provisórios no país não é grande, se comparado ao total de
população. De acordo com o diretor, em números relativos, o Brasil ocupa a 24ª
posição entre os países com o maior número de presos provisórios.
“Quem está na frente da
gente são Estados Unidos, Cuba, que chegam a 550 presos a cada 100 mil
habitantes”, disse.
Agência
Brasil