segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

Fátima e outros 19 governadores criticam Bolsonaro após fala sobre morte de miliciano

Reprodução - Miliciano Adriano da Nóbrega foi morto na semana passada, na Bahia

Governadores de 20 estados, incluindo a do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, elaboraram uma carta “em defesa do pacto federativo” na qual criticam declarações de Jair Bolsonaro, feitas no último final de semana, sobre a morte do miliciano Adriano da Nóbrega, na Bahia.
Na nota, divulgada nesta segunda-feira (17), os governadores citam recentes falas de Bolsonaro “confrontando os governadores” e “se antecipando a investigações policiais para atribuir graves fatos à conduta das polícias e seus governadores”.
O presidente insinuou que pode ter havido queima de arquivo pela polícia da Bahia, o que foi rebatido pelo governador do estado, Rui Costa (PT).
A carta também aborda declarações de Bolsonaro sobre a reforma tributária. Segundo eles, o presidente se referiu à reforma, “sem expressamente abordar o tema, mas apenas desafiando governadores a reduzir impostos vitais para a sobrevivência dos estados”.
A conduta, avaliam, não contribui “para a evolução da democracia no Brasil”. Ao final, eles convidam Bolsonaro a participar de um encontro do fórum em 14 de abril.
Assinam a nota governadores de 20 estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Sergipe, Piauí, Rio Grande do Norte, Bahia, Paraíba, Distrito Federal, Minas Gerais, Pará, Maranhão, Acre, Amapá, Ceará, Pernambuco, Alagoas, Mato Grosso do Sul e Amazonas.
POLÊMICA
O governador da Bahia, Rui Costa, e o presidene Jair Bolsonaro trocaram acusações no sábado (15) em relação à morte do ex-policial militar Adriano da Nóbrega, acusando um ao outro de ser “amigo de bandido”.
Por meio de sua conta no Twitter, Rui Costa afirmou que o governo baiano “não mantém laços de amizade nem presta homenagens a bandidos nem procurados pela Justiça”.
Na rede social, o governador disse também que o estado “não vai tolerar nunca milícias nem bandidagem” e que policiais têm direito de salvar suas próprias vidas quando atacados, “mesmo que os marginais tenham laços de amizade com a Presidência”.
A declaração foi dada em duas postagens, em referência às afirmações feitas antes pelo presidente Jair Bolsonaro, no Rio de Janeiro, que apontou a “polícia da Bahia, do PT”, pela morte do miliciano Adriano Magalhães da Nóbrega, o capitão Adriano, no domingo passado no município de Esplanada, a 170 km de Salvador.
Em 2005, o então deputado estadual e hoje senador Flávio Bolsonaro, filho mais velho do presidente, concedeu a Medalha Tiradentes, mais alta condecoração da Assembleia Legislativa, ao miliciano. Flávio também empregou a mãe e a mulher de Adriano.
Na noite do sábado, após as manifestações do governador da Bahia, Rui Costa, sobre as falas do presidente Bolsonaro, o Palácio do Planalto divulgou nota em que afirma que o governador baiano “não só mantém fortíssimos laços de amizade com bandidos condenados em segunda instância, como também lhes presta homenagens”.
A declaração foi uma referência à visita que Rui Costa fez ao ex-presidente Lula em 27 de junho do ano passado, quando o governador visitou Lula na prisão em Curitiba.
Agora RN

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