Reprodução - Miliciano Adriano da Nóbrega foi morto na semana passada, na Bahia |
Governadores
de 20 estados, incluindo a do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, elaboraram
uma carta “em defesa do pacto federativo” na qual criticam declarações de Jair
Bolsonaro, feitas no último final de semana, sobre a morte do miliciano Adriano
da Nóbrega, na Bahia.
Na nota, divulgada nesta
segunda-feira (17), os governadores citam recentes falas de Bolsonaro
“confrontando os governadores” e “se antecipando a investigações policiais para
atribuir graves fatos à conduta das polícias e seus governadores”.
O presidente insinuou que
pode ter havido queima de arquivo pela polícia da Bahia, o que foi rebatido
pelo governador do estado, Rui Costa (PT).
A carta também aborda
declarações de Bolsonaro sobre a reforma tributária. Segundo eles, o presidente
se referiu à reforma, “sem expressamente abordar o tema, mas apenas desafiando
governadores a reduzir impostos vitais para a sobrevivência dos estados”.
A conduta, avaliam, não
contribui “para a evolução da democracia no Brasil”. Ao final, eles convidam
Bolsonaro a participar de um encontro do fórum em 14 de abril.
Assinam a nota governadores
de 20 estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Rio Grande do Sul,
Sergipe, Piauí, Rio Grande do Norte, Bahia, Paraíba, Distrito Federal, Minas
Gerais, Pará, Maranhão, Acre, Amapá, Ceará, Pernambuco, Alagoas, Mato Grosso do
Sul e Amazonas.
POLÊMICA
O governador da Bahia, Rui
Costa, e o presidene Jair Bolsonaro trocaram acusações no sábado (15) em
relação à morte do ex-policial militar Adriano da Nóbrega, acusando um ao outro
de ser “amigo de bandido”.
Por meio de sua conta no
Twitter, Rui Costa afirmou que o governo baiano “não mantém laços de amizade
nem presta homenagens a bandidos nem procurados pela Justiça”.
Na rede social, o
governador disse também que o estado “não vai tolerar nunca milícias nem
bandidagem” e que policiais têm direito de salvar suas próprias vidas quando
atacados, “mesmo que os marginais tenham laços de amizade com a Presidência”.
A declaração foi dada em
duas postagens, em referência às afirmações feitas antes pelo presidente Jair
Bolsonaro, no Rio de Janeiro, que apontou a “polícia da Bahia, do PT”, pela
morte do miliciano Adriano Magalhães da Nóbrega, o capitão Adriano, no domingo
passado no município de Esplanada, a 170 km de Salvador.
Em 2005, o então deputado
estadual e hoje senador Flávio Bolsonaro, filho mais velho do presidente,
concedeu a Medalha Tiradentes, mais alta condecoração da Assembleia
Legislativa, ao miliciano. Flávio também empregou a mãe e a mulher de Adriano.
Na noite do sábado, após as
manifestações do governador da Bahia, Rui Costa, sobre as falas do presidente
Bolsonaro, o Palácio do Planalto divulgou nota em que afirma que o governador
baiano “não só mantém fortíssimos laços de amizade com bandidos condenados em
segunda instância, como também lhes presta homenagens”.
A declaração foi uma
referência à visita que Rui Costa fez ao ex-presidente Lula em 27 de junho do
ano passado, quando o governador visitou Lula na prisão em Curitiba.
Agora
RN