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FABRICE COFFRINI/AFP via Getty Images |
Os Jogos Olímpicos de Tóquio-2020 foram adiados por um ano. A
definição aconteceu após reunião nesta terça-feira (de manhã no Brasil), entre
representantes do governo japonês, do Comitê Organizador e membros do COI. A
decisão vinha sendo adiada por semanas, até os representantes legais se
dobraram aos pedidos da comunidade esportiva internacional para parar a
preparação em função da pandemia do novo coronavírus.
A expectativa é que os Jogos sejam
retomados em 2021 na mesma data e cidade-sede, Tóquio. O Japão vive uma
pandemia mais controla da covid-19, com poucas mortes e contaminação. O governo
local instruiu a população aos cuidados com a doença, mas não regularizou
nenhum movimento obrigatório de sua população. Até semana passada, o presidente
do COI, Thomaz Bach defendia a realização da disputa nas datas programadas, com
abertura em 24 de julho. Seu argumento, e também dos dirigentes do Comitê
Organizador, era de a competição poderia sobreviver por causa da esperada redução
do coronavírus com o passar do tempo e as medidas que cada país toma para
conter o vírus.
O COI sempre se achou com tempo para tomar a decisão. Ela era
esperada para maio, quando seus membros se reuniriam extraordinalmente para
avaliar o cenário. Aconteceu mais cedo. A pressão das federações aumentou o tom
nos últimos dias, com delegações e atletas renomados, inclusive o Comitê
Olímpico do Brasil (COB), posicionando-se contrário à realização da disputa. A
gota d'água para adiar os Jogos foi a informação de que alguns países não iriam
mandar seus atletas para Tóquio, casos de Canadá, Noruega, Polônia e Austrália,
por exemplo. Os Estados Unidos, na voz do seu presidente, Donald Trumb,
engrossaram o coro para o adiamento nesta semana.
Para não perder prestígio e se sentir esvaziado com países
informando que não iriam disputar a Olimpíada, o COI, com seus pares, não teve
outra saída a não ser anunciar o adiamento. Isso implica mais gastos do Comitê
Organizador para sustentar as obras e toda a mobilização na cidade por mais um
ano. Os investimentos nos Jogos foram previstos em R$ 56 bilhões, bem acima dos
gastos iniciais do Brasil, que foram de cerca de R$ 39 milhões.
Estadão