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A Associação Brasileira dos Caminhoneiros
(Abcam), que lidera a paralisação dos profissionais
autônomos em todo o país, afirmou na manhã desta quinta-feira, 24, que ficou
decidido, em reunião com as lideranças do movimento, que a greve só será
suspensa com a publicação no Diário Oficial da
decisão do governo de zerar a alíquota das contribuições PIS/Cofins e Cide para
o diesel.
Na noite desta
quarta-feira, a Câmara dos Deputados, em votação simbólica, aprovou o projeto
que reduz a desoneração da folha de pagamento para alguns setores da economia.
A proposta aprovada também prevê zerar, até o final deste ano, o PIS-Cofins que
incide sobre o diesel. A medida foi incluída no texto como um aceno aos
caminhoneiros, que paralisaram as atividades em todo
o país em protesto contra a alta no preço dos combustíveis. O texto segue agora
ao Senado.
A aprovação da reoneração
fazia parte de um acordo entre Congresso e Planalto para a redução do preço dos
combustíveis. A ideia era usar a arrecadação adicional com o fim da desoneração
para compensar a eliminação da Cide, um dos tributos
que incide sobre o diesel. O governo, porém, era contra zerar o PIS-Cofins, já
que considera que, com a nova isenção, “a conta não fecha”.
Na
noite desta quarta-feira, horas depois do encontro frustrado em Brasília, o
presidente da Petrobras, Pedro Parente, anunciou que a estatal vai diminuir em
10% o preço do óleo diesel nas refinarias pelos
próximos 15 dias. Parente classificou a medida como um “gesto de boa vontade”
no momento em que é necessária uma “trégua” – e não por pressão do governo e
dos grevistas.
A greve dos caminhoneiros
entrou no seu quarto dia nesta quinta-feira e atinge o abastecimento de
combustíveis, alimentos e paralisou parte do transporte público na cidade de
São Paulo e no Rio de Janeiro.
Os
caminhoneiros protestam contra o aumento de preço do diesel, reflexo da nova política de reajuste de
combustíveis da Petrobras, que acumula alta de 56,5% na refinaria desde 3 de
julho do ano passado.
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