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| © Foto: Nacho Doce/Reuters | 
Em meio à
incerteza política e econômica, o Brasil começou o ano com a economia em
retração, com queda de 0,2% no Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre, na comparação com o quarto trimestre
de 2018. Os dados foram divulgados na manhã desta quinta-feira, 30, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE).
Foi
a primeira retração na atividade econômica desde o quarto trimestre de 2016,
quando a economia atingiu o fundo do poço, antes de sair da recessão, a partir
do início de 2017, conforme definição do Comitê de Datação de Ciclos Econômicos
(Codace), abrigado na Fundação Getulio Vargas (FGV).
A retração do PIB reforça a
lentidão da recuperação da economia, ainda longe do nível de antes da recessão,
iniciada no segundo trimestre de 2014. Em 2017 e 2018, o PIB avançou 1,1% em cada ano,
insuficiente para recuperar o tombo de 8,1% no acumulado de 11 trimestres de
recessão.
O desempenho do PIB do
primeiro trimestre veio em linha com as projeções de analistas, que, na
mediana, esperavam retração de 0,2% frente ao quarto trimestre de 2018,
conforme pesquisa do Projeções Broadcast com
50 instituições do mercado - o intervalo vai de retração de 1,0% a expansão de
0,37% .
Como o PIB cresceu apenas
0,1% nos três últimos meses de 2018, em relação ao trimestre imediatamente
anterior, está confirmado um quadro de paralisia na economia. Esse quadro
contamina as projeções para o crescimento econômico de 2019, que começaram o
ano na casa de 2,5% e foram sendo revistas para baixo até atingir 1,23%,
em média, segundo a edição divulgada na última segunda-feira do Boletim Focus,
pesquisa do Banco Central (BC) com analistas de todo o País.
Entre economistas, a elevada
incerteza quanto aos rumos da economia, com destaque para a falta de definição
sobre a reforma da Previdência, é o motivo
mais citado para a freada no PIB, ao lado de choques negativos que atingiram a
economia no fim do ano passado e no início de 2019, como a crise econômica na Argentina e o
rompimento de uma barragem de rejeitos de mineração da Vale em Brumadinho (MG).
Estadão
