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| © Tomaz Silva/Agência Brasil |
O aumento
do número crescente dos casos de sarampo no Brasil preocupa o Ministério da
Saúde, mas parece não convencer os críticos da vacinação. Para especialistas, a
desinformação e os boatos tornam o quadro grave. Além da expansão do surto da
doença, a redução no número de crianças imunizadas com a vacina tríplice viral,
que previne sarampo, caxumba e rubéola, é preocupante e levanta a necessidade de
uma campanha de conscientização, na opinião do pediatra
Paulo Cesar Guimarães.
“É
necessário salientar que a importância de crianças e adultos receberem as doses
da tríplice viral é imensa. Basta conferir o histórico de casos no país para
identificar que o sarampo e as outras doenças são patologias que já foram
extremamente frequentes no passado. Não dá para retrocedermos, deixar em risco
o próximo por falta de vacinação”, diz o médico, que é membro do Comitê de
Infectologia da Sociedade de Pediatria do Estado do Rio de Janeiro.
No Calendário Nacional de
Vacinação, a tríplice viral deve ser recebida quando a criança completa um ano.
Hoje, as pessoas de 5 a 29 anos que não tomaram a vacina precisam de duas doses
da tríplice, com um intervalo de 30 dias, para garantir a imunização.
“Sarampo pode matar. Não é
uma doença de pele como muitas pessoas acreditam. Pode levar a uma encefalite,
que é infecção e inflamação no encéfalo, e também provocar um processo
pneumônico grave, além de problemas sistêmicos preocupantes”, conta
Paulo Cesar Guimarães, que é professor e diretor da Faculdade de
Medicina de Petrópolis. “Os adultos que não foram vacinados precisam receber a
vacina. As mulheres que não receberam a vacinação podem gerar problemas sérios
nos fetos, com doenças congênitas como microcefalia, catarata, retardo mental e
meningite.”
O infectologista orienta os
pais a levarem sempre as crianças nas campanhas de vacinação, mesmo que ela
esteja totalmente vacinada, pois pode ser que precise de um reforço: “Às vezes,
a pessoa pensa que o filho está vacinado contra tudo, mas levando na campanha,
que é grátis, os profissionais vão rever o calendário de vacinação para
certificar de que está tudo realmente completo.” Para ele, é importante que
exista uma participação objetiva dos pais nas campanhas, para evitar problemas
como o enfrentado agora com a volta do sarampo.
“As vacinas foram lançadas
após muitas pesquisas e estão evitando muitos casos de óbitos, no Brasil e em
vários países do mundo. As contraindicações são mínimas. As falsas notícias
contra a vacinação só atrapalham a população e aumentam os problemas de saúde
no país, que não são poucos”, ressalta Paulo Cesar Guimarães.
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