© Daniel Teixeira/Estadão Familiares velam Efrain Mota Ferreira, vítima de massacre no Centro de Recuperação Regional de Altamira (CRRALT) |
O Brasil
registrou 57.341 homicídios ao longo de
2018, o equivalente a 157 casos por dia, de acordo com dados divulgados nesta
terça-feira, 10, pelo Fórum
Brasileiro de Segurança Pública. O número representa uma queda de 10,4% em relação aos
registros de 2017, ano em que a briga entre facções fez a
violência no País bater recorde. A quantidade de assassinatos do ano
passado é a menor desde 2013 e a taxa de 27,5 por 100 mil habitantes, a menor
desde 2011. A letalidade policialfoi o índice a apresentar alta
(20,1%) e chegou a 6.220 casos, o equivalente a
17 mortes por dia.
Os
dados são compilados pelo Fórum a partir dos registros policiais de cada Estado
e levam em consideração casos de homicídios dolosos (quando há intenção de
matar), latrocínios (roubo seguido de morte), lesões corporais seguidas de
morte e mortes decorrentes de intervenção policial.
De acordo com o relatório,
a queda de homicídios ocorreu em 23 das 27 unidades da federação, em todas as
regiões do País. A redução foi proporcionalmente mais acentuada no Acre (-25%),
mas foi em Pernambuco (-23,4%)
que a queda teve maior peso: entre 2017 e 2018, o Estado teve 1.257 homicídios
a menos, quase 20% de toda a redução nacional. Também tiveram reduções
significativas nas taxas os Estados de Minas (-21,4%), Rio Grande do Sul (-21%)
e Alagoas (-19,8%).
A menor taxa pertence a São Paulo,
9,5.
“A queda retoma o patamar
anterior a 2014, que já era alto. A redução, então, não significa que
conseguimos mudar a situação de forma significativa, mas que a crise vista em
2016 e 2017 foi em parte superada”, disse o diretor-presidente do Fórum, o
sociólogo Renato Sérgio de Lima.
Na outra ponta, quatro
Estados tiveram alta na violência, destoando do cenário nacional. Todos são da
Região Norte (única região a aumentar sua taxa em 2018): Roraima, Tocantins, Amapá e Pará.
A taxa de assassinatos por
100 mil habitantes teve alta de 65% em Roraima, em meio a uma crise humanitária
na vizinha Venezuela, e chegou a 66,6, a maior do País. O Rio Grande do
Norte, que havia ficado na liderança desse ranking
de violência no ano passado, reduziu sua taxa de 67,2 para 55,4 e passou para a
terceira posição.
A queda de 2018 surge após
o recorde de 2017, quando mais de 64 mil assassinatos aconteceram nas cidades
brasileiras. Há dois anos, a briga nacional entre facções foi apontada como
catalisadora do aumento da violência. Aquele foi o ano dos massacres em
presídios em Manaus, Boa Vista e Natal,
que deixaram dezenas de mortos. A briga coordenada de dentro de presídios
também ganhou as ruas e fez disparar índices no Ceará, por exemplo, onde os
homicídios passaram de 3,5 mil em 2016 para 5,3 mil em 2017. Informações do
Estadão.