© Foto: André Moreira/Prefeitura de Aracajú via AP |
Um total de 198,5 toneladas de borra de petróleo já foi recolhido das praias do Nordeste brasileiro até esta segunda-feira, 14, apurou o Estado. O material
retirado por equipes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (Ibama), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
(ICMBio), de agentes
estaduais e municipais tem sido levado para aterros industriais. Parte dele é
incinerada.
Já
são 43 dias desde a primeira detecção do material. A preocupação neste momento
é saber quanto do óleo ainda chegará às praias. Simplesmente não se sabe, neste
momento, se a situação já está controlada ou quanto do petróleo ainda chegará
ao litoral, dado que se trata de uma matéria pesada, que avança no fundo do
mar.
A Marinha e a Polícia
Federal ainda investigam a origem do problema. A hipótese de que o material pode ter sido lançado no mar por um "navio
fantasma", embarcação clandestina que faria o
contrabando de petróleo, ganhou força nas apurações.
Até a semana passada, 23
embarcações estavam no alvo das investigações.
O Ibama vai cobrar explicações da Shell sobre o aparecimento de
barris no litoral do Nordeste atrelados à empresa.
Paralelamente, o órgão pedirá cópia do laudo técnico da Universidade Federal de
Sergipe (UFS) sobre o material que foi encontrado nos barris que chegaram ao
litoral do Estado.
A Marinha informou que as
manchas de óleo que chegaram às praias do Nordeste não são compatíveis com o
material encontrado em amostra de barril da Shell.
Por meio de nota, a Shell
afastou relação entre os barris e as manchas de óleo.
"A Shell Brasil
esclarece que o conteúdo original dos tambores localizados na Praia da Formosa,
em Sergipe, não tem relação com o óleo cru encontrado em diferentes praias da
costa brasileira", diz o texto. "São tambores de óleo lubrificante
para embarcações, produzido fora do País. O Ibama está ciente do caso."
Na semana passada,
investigações da Marinha e da Petrobrás encontraram petróleo com a mesma
"assinatura" do óleo da Venezuela nas manchas do litoral. Essa
informação já havia sido comunicada ao Ibama.
Estadão