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| © Fotos Públicas Vazamento de óleo de origem ainda desconhecida atingiu praias do Nordeste |
O governo federal notificou 11 países cobrando
esclarecimentos sobre 30 navios mapeados dentro da investigação sobre a origem
do vazamento de óleo que atingiu
diversas praias do Nordeste. A informação foi dada pelo coordenador de
operações navais da Marinha, almirante de esquadra Leonarndo Puntel, em
entrevista a jornalistas no sábado (26.out.2019).
A investigação
conduzida pela Marinha trabalha com a tese de que o responsável teria sido 1
navio-tanque. A apuração inicial avaliou 1.500 embarcações e afunilou a análise
para 30 veículos marinhos de 11 países. O comandante não detalhou que nações
estariam neste grupo, mas disse que o requerimento pede informações para os
governos para saber se têm conhecimento de algum acidente.
Os 30 navios
estão entre os que passaram pela costa do Nordeste no período, identificados
por fazerem comunicações por sistemas marítimos. Conforme Puntel, os
investigadores calculam que o vazamento teria ocorrido no mês de agosto,
com o óleo chegando às praias no fim daquele mês.
O almirante
não descartou a possibilidade de que o episódio tenha sido causado por
embarcações não oficiais, denominadas “dark ships”. Neste caso, contudo,
a apuração será mais complexa e terá de envolver outras fontes de
informação, como análise de imagens de satélite.
Puntel
declarou que não é possível afirmar que o veículo era venezuelano. Mas que
pesquisas da Petrobras teriam identificado o óleo como proveniente daquele
país. “Laudo da Marinha concluiu que óleo não era brasileiro. O laudo
da Petrobras foi além, porque tem amostras de óleos de outros países. Ele é de
bacias venezuelanas. O navio a gente não sabe”, disse.
Manchas
A
coordenadora-geral de emergências ambientais do Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Fernanda Pirilo, afirmou
na entrevista coletiva que não há novo óleo nas praias.
“Não há mais chegada de óleo novo, mas algumas praias ainda têm vestígio
de óleo, temos os pontos identificados em que ainda há óleo residual, a maioria
nos estados de Pernambuco e Bahia”, pontuou.
O comandante
Leonardo Puntel acrescentou que a despeito da dificuldade de monitorar a
evolução das manchas, dado que elas se deslocam debaixo da água a partir das
correntezas marinhas, o exame realizado pelos órgãos envolvidos no grupo de
acompanhamento detectou que houve 1 decréscimo da quantidade.
“As manchas de óleo tiveram dinâmica diferente. No início de
setembro e outubro ela estava tranquila, não tinha grandes quantidades.
Teve período na semana passada que houve aumento do volume no óleo na Bahia,
Sergipe, Alagoas e Sul de Pernambuco. E este volume começou a decrescer agora”, afirmou.
A coordenadora
do Ibama orientou a população dos locais a não entrar em contato com a
substância. Já as condições de banho de cada praia são avaliadas pelos órgãos
de saúde dos estados e municípios e devem ser verificadas juntamente a esses
órgãos.
Mudança
O grupo de
órgãos federais encarregados da coordenação das atividades mudou sua base para
Brasília. Durante esta semana, várias autoridades do governo federal estiveram
em Pernambuco. O comandante da Marinha relatou que ainda permanecem
coordenações locais montadas em Recife e Salvador.
A coordenadora
de emergências ambientais do Ibama acrescentou que a mudança facilita a atuação
do grupo, já que aproxima seus integrantes do centro de decisão política do
país. Questionada por jornalistas, ela negou dificuldades na interlocução das
entidades tanto em relação ao Executivo quanto no tocante a administrações
estaduais.
Com informações da Agência Brasil
Poder 360
