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| © Thinkstock/VEJA/VEJA O consumo excessivo de álcool afeta negativamente a saúde |
O
consumo excessivo de álcool já é
conhecido por afetar negativamente a saúde, incluindo problemas cardíacos e
hepáticos, risco aumentado de câncer e maior possibilidade de desenvolver
depressão. Além disso, muitas pesquisas sugerem que a alta ingestão de álcool
está associada a uma redução no tamanho do cérebro.
Agora, novo estudo confirma
a existência de uma forte relação entre esses dois fatores. Os pesquisadores
descobriram que pessoas com cérebros menores estão mais propensas a desenvolver alcoolismo.
“O
menor volume cerebral em regiões específicas pode predispor uma pessoa ao maior
consumo de álcool”, explicou Ryan Bogdan, coautor do estudo, ao Medical
News Today. O estudo, publicado recentemente no
periódico Biological Psychiatry, ainda indica que
o abuso de álcool poderia reduzir ainda mais o volume cerebral.
Fator genético
Os pesquisadores chegaram a
essa conclusão depois de realizar três estudos por meio de análise de imagens
cerebrais. Na primeira investigação, a equipe recrutou gêmeos e irmãos
não-gêmeos que apresentavam diferentes comportamentos em relação ao consumo de álcool.
O segundo estudo analisou pessoas que não foram expostas a bebidas alcoólicas.
Na terceira pesquisa foram avaliados tecidos de órgãos doados para determinar a
expressão gênica no cérebro.
Por meio das observações, a
equipe descobriu que os participantes que consumiam maiores quantidades de
álcool tinham menor volume de massa
cinzenta no córtex pré-frontal dorsolateral e na ínsula. Essas regiões do
cérebro exercem papeis importantes na emoção, recuperação da memória, ciclos de
recompensa e tomada de decisão.
Os resultados ainda
mostraram que o menor volume nessas regiões do cérebro era provocada por uma composição genética, que, por sua vez, também
está associada a um risco aumentado de alcoolismo tanto na adolescência quanto
na idade adulta. “O estudo fornece evidências de que existem
fatores genéticos que levam a volumes mais baixos de massa cinzenta e aumento
do uso de álcool”, disse David Baranger, principal autor do estudo, ao Medical
News Today.
Álcool reduz volume cerebral?
De acordo com os cientistas,
o atual estudo traz uma perspectiva que até então não havia sido explorada pela
comunidade científica: como a genética pode provocar menor volume cerebral ao
mesmo tempo em que aumenta a predisposição ao alcoolismo. A equipe salientou,
no entanto, que esses resultados não refutam a ideia de que o consumo de álcool
possa interferir no tamanho do cérebro — especialmente em quem já apresenta o
fator genético.
“Nossos
dados levantam a possibilidade de que reduções provocadas geneticamente no
volume do cérebro podem promover o uso excessivo de álcool, o que, por sua vez,
pode levar à atrofia acelerada em diversas regiões do cérebro”, concluíram no
estudo.
Excesso de álcool
Segundo a Organização
Mundial da Saúde (OMS), a quantidade
máxima recomendada de álcool por semana varia de acordo com o sexo da pessoa.
Para homens, é possível consumir até 12 latas de cerveja (350 ml) ou 19 taças
de vinho (90 ml) ou 10 doses de destilados (35 ml).
No caso das mulheres, a
orientação é não ultrapassar 8 latas de cerveja ou 12 taças de vinho ou 7 doses
de destilados. Qualquer valor acima disso já pode ser considerado consumo
excessivo de álcool.
Veja.com
