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| Policiais civis se reúnem em frente a Central de Flagrantes durante paralisação em Natal/RN — Foto: Sérgio Henrique Santos/Inter TV Cabugi |
Policiais civis decidiram paralisar as
atividades por tempo indeterminado, a partir desta terça-feira (5), em todo o
Rio Grande do Norte. De acordo com a assessoria da Polícia Civil do Rio Grande
do Norte, com a paralisação, a Central de Flagrantes, as delegacias
especializadas e as delegacias dos bairros estão fechadas.
A categoria cobra uma nova proposta do Governo do Estado
referente ao projeto de reestruturação de carreira, promoções atrasadas que não
foram implantadas, previsão de pagamento dos salários atrasados e melhorias nas
condições de trabalho.
Em Natal, os agentes se concentram na Central de
Flagrantes. No interior, os policiais ficarão nas delegacias regionais. Com a
orientação de paralisar totalmente as atividades, até os serviços como o
registro de boletim de ocorrência nas delegacias será afetado. Segundo o
Sindicato dos Policiais Civis do RN (Sinpol-RN), as atividades ficarão
paralisadas até que o governo apresente outra proposta.
De acordo com Marcos Geriz,
diretor da Polícia Civil da Grande Natal (Dpgran) a orientação é de que as
delegacias da região continuem trabalhando, e que delegados e escrivães
compareçam às delegacias. Não houve confirmação do número de delegacias que
estariam paralisadas.
No interior, os flagrantes
encaminhados pela Polícia Militar e registro de boletins de ocorrência ficarão
a cargo das delegacias regionais, segundo Inácio Rodrigues, diretor da
Delegacia de Polícia Civil do Interior (Dpcin).
Não houve avanço nas negociações
na reunião do Sinpol-RN com o governo do estado que aconteceu nesta
segunda-feira (4). “Nós queremos que o Governo reconheça o esforço que temos
feito diariamente, inclusive, por sermos um dos piores efetivos do Brasil,
cobramos também a realização do concurso público", explica Nilton Arruda,
presidente do Sindicato.
Histórico
de protestos
Em outubro policiais civis fizeram um protesto contra
uma proposta apresentada pelo Governo do Estado que, segundo a categoria,
causaria redução de até R$ 400 no salário de parte dos servidores. A
manifestação ocorreu um dia após uma reunião entre a administração estadual e o
sindicato que representa os policiais.
O ato ocorreu na Delegacia Geral
de Polícia (Degepol), durante um evento que celebra o aniversário de 38 anos da
corporação. A governadora Fátima Bezerra (PT), que participava do evento,
conversou os manifestantes e, na ocasião, uma nova reunião foi marcada.
Atualmente, os policiais contam com
promoções na carreira a cada 5 anos - dentro de cada classe, eles ainda passam
por variados níveis, de acordo com cursos realizados e outros parâmetros. Os
policiais haviam apresentado uma proposta para que essas promoções fossem
realizadas ano a ano, ao longo de 15 anos. Porém, o governo teria apresentado
uma versão em que as promoções ocorreriam a cada três anos - em alguns casos,
sem aumento de salários.
Delegados em negociação
A Associação dos Delegados de Polícia
Civil do Rio Grande do Norte (Adepol-RN) disse que aguarda reunião com o
governo para apresentar interesses da classe. No entanto, não há deliberação de
paralisação, já que há diálogo entre a categoria e o executivo local.
Segundo Paoulla Maués, presidente da Associação, após o
encontro de negociação, a Adepol vai reunir a categoria e decidir quais medidas
serão adotadas.
G1
RN
