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| © Reuters Processamento de carne bovina em frigorífico em Santana de Parnaíba (SP) |
(Reuters) -
Os Estados Unidos solicitaram informações adicionais ao governo brasileiro
sobre a carne bovina do Brasil e estabeleceram que uma nova inspeção à
indústria terá que ser realizada, antes de eventual liberação de embarques do
produto in natura aos norte-americanos, segundo informações do Ministério da
Agricultura nesta segunda-feira.
Um
relatório do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) foi disponibilizado ao
governo brasileiro na última quinta-feira, mas as informações frustraram
representantes do governo de Jair Bolsonaro.
O porta-voz da Presidência
da República, Otávio Rêgo Barros, afirmou a jornalistas que o governo não
esperava a manutenção de veto dos EUA.
Para tentar convencer o
governo dos EUA a liberar o produto do Brasil, maior exportador global de carne
bovina, a ministra Tereza Cristina marcou uma viagem para o próximo dia 17,
quando deverá se encontrar com o secretário de Agricultura norte-americano,
Sonny Perdue.
A ministra pretende tratar
da questão e "acredita que os dois países têm bom relacionamento e
chegarão a um entendimento", segundo a assessoria de imprensa do
Ministério da Agricultura.
Os EUA suspenderam as
importações de carne bovina in natura do Brasil em meados de 2017, após a
detecção de inconformidades nas importações, na esteira de um escândalo de
fiscalização sanitária, que envolveu pagamento de propinas por empresas a
fiscais.
Em
meio às negociações para voltar a exportar carne bovina in natura, o Brasil já
concordou em conceder uma cota de 750 mil toneladas em importações de trigo
isenta de tarifas para todos os países, incluindo os EUA, normalmente os
principais fornecedores dos brasileiros fora do Mercosul.
A cota, contudo, ainda não
foi regulamentada.
Além disso, em outro aceno
aos EUA, o Brasil elevou em setembro para 750 milhões de litros, ante 600
milhões anteriormente, uma cota para importações anuais de etanol sem tarifa.
Os EUA são os principais
exportadores de etanol para o Brasil.
(Por Roberto Samora, com reportagem adicional
de Maria Carolina Marcello em Brasília)
Reuters
