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Em um evento com sindicalistas, nesta
quinta-feira em Brasília, o pré-candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes,
adotou um discurso mais de esquerda, defendeu a liberdade do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva e voltou a criticar o Judiciário e o Ministério Público.
"O Brasil nunca será
um país em paz enquanto Lula não tiver recuperado sua liberdade", disse
Ciro, sendo aplaudido pelo público composto basicamente de sindicalistas.
Ciro voltou a criticar o
Judiciário, citando o domingo em que o desembargador Rogério Favreto, do
Tribunal Regional da Federal da 4ª Região concedeu um habeas corpus ao
ex-presidente, decisão que o juiz da primeira instância, Sérgio Moro, decidiu
não cumprir e depois de muito vaivém, foi revogada pelo presidente do TRF-4,
Carlos Eduardo Thompson Flores.
"Olhando para a
política a gente percebe todo dia até uma irresponsabilidade de uma parte da
nossa grande mídia, todo dia o mau exemplo do privilégio, da roubalheira e um
verdadeiro caos institucional. Procurador fazendo política, juiz fazendo
política, invadindo as atribuições uns aos outros, dos Poderes."
Ciro afirmou que a guerra
de decisões sobre Lula foi uma "aberração" que assistiu
"assustado".
"Como é que pode tanta
aberração lidando com coisas graves como a liberdade do maior líder popular do
país ou o próprio direito, regra de convivência que substitui a lei do mais
forte, a prepotência, a violência e o caos", afirmou.
Lula lidera as pesquisas de
intenção de voto. Em sondagem CNI/Ibope do mês passado, Ciro apareceu com 8 por
cento das intenções de voto no cenário sem o petista e com 4 por cento com o
petista.
"COMETO
ERROS"
Em um discurso talhado para
o público que o ouvia, Ciro afirmou que o Brasil vive a maior crise da sua
história moderna, uma crise "de muitas caras" --econômica, social e
moral-- e que tem consciência do que lhe espera no que chamou de "campo
minado" e "baderna" no país. E reconheceu que também comete erros.
"Eu não sou o dono da verdade,
não sou poupado do erro, eu cometo erros. Eu cometo erros e não me custa nada
reconhecer erros. Mas nenhum deles foi por deserção do que me trouxe à vida
pública de volta, que é o compromisso e o amor a essa terra e a esse
povo", afirmou.
"Quem quer que queira me ouvir veja que esse governo que eu liderar
servirá aos mais pobres e aos trabalhadores".
Reuters