Que a Lei de Fidelidade Partidária foi feita pra
inglês ver, não restam dúvidas. No entanto, o Rio Grande do Norte vive um
momento em que cada político se sente à vontade para seguir o seu caminho,
independente do que a sua legenda adotar.
Percebendo essa tendência, os próprios partidos
políticos passaram a concordar com as “cartas de alforria” antecipadas, para
não provocar crises em seus quadros. O dirigente partidário fecha sua coligação
e os demais decidem que rumo tomam.
Tucanos
O primeiro partido a liberar seus quadros foi o
PSDB. Com oito deputados estaduais, os tucanos, que oficialmente estão na
coligação do governador Robinson Faria (PSD) começaram a debandar cedo.
No último final de semana, o prefeito de Caicó,
Robson Araújo, o Batata (PSDB), anunciou apoio ao ex-prefeito Carlos Eduardo
(PDT). Outros prefeitos, vereadores e vice-prefeitos da sigla vão seguir o
mesmo caminho. Dos oito deputados estaduais do partido, metade não sobe no
palanque governista.
Republicanos e progressistas
Não é só no PSDB que a rejeição a Robinson empurra
os filiados para o palanque de Carlos Eduardo. O mesmo fenômeno já começa a se
repetir entre as lideranças do PR, do PP e dos demais partidos que estão
aderindo ao governo.
No PP, por exemplo, há a possibilidade de coligação
com Robinson para facilitar a reeleição do deputado federal Beto Rosado (PP) e
garantir a vaga de Kadu Ciarlini (PP) para Assembleia. No entanto, o voto de
governador dos progressistas tende a ser de Carlos Eduardo, “separando as
coisas”.
Enquanto isso no PR, é muito difícil João Maia
conseguir levar seus liderados para o palanque governista. O deputado estadual
George Soares (PR), por exemplo, até por uma questão municipal, seguirá outro
rumo (apesar de manter a aliança com João) e em Serrinha dos Pintos, onde tem
outra situação, o ex-prefeito Chiquinho de Ana (PR) vai de Fátima Bezerra (PT).
A proximidade com Zenaide Maia tambem fará muitos republicanos subirem no palanque
petista.
Articulação
O deputado federal Fábio Faria (PSD) conseguiu
montar um time robusto com coligações atrativas. No entanto, a maior parte
desse time pensa no jogo individual e quer distancia do projeto do governador.
Rejeição no PSD
Um exemplo disso é o fato de grande parte dos
prefeitos e lideranças do PSD, legenda de Robinson, já ter anunciado que vai
apoiar a candidatura da senadora Fátima Bezerra (PT), a qual tem seu nome
sustentado no interior espontaneamente por lideranças que a apoiaram por causa
de Robinson em 2014. Um dos deputados estaduais do partido, Jacó Jácome (PSD),
também não apoia a reeleição do governador.
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