Jair Bolsonaro com o seu (ainda) ministro Onyx Lorenzoni. Foto: Sergio Lima/AFP |
Ao que tudo indica, o ministro Onyx Lorenzoni, da Casa Civil, é o
próximo integrante do Big Brother Bolsonaro a ser mandado para o
paredão.
Ao lado do
presidente desde os primórdios da campanha, o deputado eleito pelo DEM do Rio
Grande do Sul não viu a água ferver na panela; saiu de férias, encurtada em
três dias, e voou direto para a frigideira.
O óleo começou a
esquentar com a demissão sumária de seu número 2 no ministério, José Vicente Santini, após usar um
avião da FAB em viagem oficial para a Índia.
Onyx não foi
consultado sobre a decisão e ainda viu ser retirado de sua alçada o Programa de
Parcerias e Investimento, que irá para o Ministério da Economia.
Desprestigiado, o ministro da pasta esvaziada soube do anúncio pelo Twitter.
A fritura aconteceu após Rodrigo Maia, seu colega no DEM,
desancar o ministro da Educação Abraham Weintraub, por causa dos
problemas na divulgação dos resultados do Enem. “Ele é um desastre, acho que
atrapalha o futuro de milhões de crianças. A situação é grave”, disse o
presidente da Câmara, para quem o ano letivo corre o risco de se perder “com a
ineficiência e com um discurso ideológico de péssima qualidade na
administração”.
Bolsonaro, no
entanto, parece ter outras prioridades, e aparentemente não vê razões para
enquadrar o ministro que passou quase um ano provocando adversários e
massacrando a língua portuguesa nas redes sociais e não conseguiu entregar um
exame nacional do ensino médio minimamente confiável. Coisas de “jestor”.
Já o ministro da
Casa Civil, especula-se, tem lugar garantido no banco do castigo instalado do
lado de fora da casa mais vigiada do Brasil. Estão lá gente como Gustavo
Bebianno, Carlos Alberto dos Santos Cruz, Joaquim Levy, Joice Hasselmann e
grande elenco.
No circulo
presidencial, a porta de saída é uma esteira que tritura casamentos efêmeros
que não duram um verão (alguém já avisou a Regina Duarte?).
Se confirmada a
demissão, Onyx não será o primeiro nem o último aliado jogado na estrada após
quebrar os pedregulhos no caminho do presidente desde os tempos de campanha.
Justo ele, que
ao chegar ao ministério, anunciou uma “despetização” da pasta que atingiu tanta
gente que até hoje tem servidor que não consegue pegar o boné porque falta
gente para tocar os pedidos de exoneração da pasta.
Se a relação do
governo com o Congresso, como demonstrou Maia em sua fala mais recente, já não
era das melhores, Bolsonaro terá de mostrar como as arestas serão aparadas
tirando do time um correligionário do mesmo partido dos presidentes das duas
Casas Legislativas.
A dúvida, uma
semana após Sergio Moro evitar
a casca de banana lançada para ele, já não é por que outro aliado de primeira
hora caiu em desgraça com o chefe.
A dúvida, como
num reality show, é quem será o próximo a ser eliminado.
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