Chuva Natal — Foto: Heloísa Guimarães/Inter TV Cabugi |
As chuvas registradas de janeiro a
maio de 2019 no semiárido potiguar ficaram 12,1% acima da média histórica para
o período, de acordo com a análise pluviométrica elaborada pela Gerência de
Meteorologia da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte
(Emparn) ficaram acima da média, em 12,1%.
“A chuva esperada para o período era de 587 mm, enquanto
que a registrada foi de 658 mm", apontou o meteorologista, Gilmar Bristot.
Nos últimos sete anos, o estado vinha registrando um volume de chuvas abaixo da
média. Mesmo diante de um novo cenário, o estado ainda tem 148 municípios em
situação de emergência por causa dos efeitos da seca.
De acordo com a Emparn, as chuvas dos cinco primeiros
meses do ano foram ocasionas pela atuação de vários sistemas meteorológicos. As
condições térmicas das águas superficiais do Oceano Atlântico, mais aquecidas
na parte Sul e mais frias do que o normal na bacia Norte, também foram fatores
que influenciaram diretamente na ocorrência das precipitações, de acordo com as
análises.
Já a intensificação do Fenômeno El Niño no Oceano
Pacífico, durante o final de março e início de abril, é apontada como a causa
de bloqueios atmosféricos parciais sobre a Região Nordeste, que teriam
prejudicado a ocorrência de chuvas com mais intensidade, regularidade e
distribuição no mês de abril.
“A influência do Fenômeno El Niño
comprometeu a ocorrência de chuvas principalmente na Região do Alto Oeste,
algumas áreas da Região Central e a Região da Borborema. Mesmo com
predominância de chuvas acumuladas entre 400 a 800 mm e índices acima de 1000mm
(Martins), observou-se desvios negativos na maior parte do Alto Oeste. Isso
comprometeu a recarga hídrica do principal reservatório de água que abastece
algumas cidades na Microrregião de Pau dos Ferros”, destaca Britot.
Ainda de acordo com o
meteorologista, outra região que não apresentou um bom comportamento
pluviométrico foi a Microrregião da Borborema Potiguar, que tem sofrido com
pouca chuva nos últimos anos e que mesmo com precipitações próximas da
normalidade, ainda não recuperou a reserva hídrica, que está próxima de zero.
"Chama-se atenção para essas
regiões, pois no ano de 2018, apresentaram déficit de chuvas o que comprometeu
as recargas nos mananciais hídricos das regiões, mantendo-se atualmente essa
condição”, pondera.
Seca
histórica
Em março deste ano, o governo do estado decretou
situação de emergência de 180 dias por causa dos efeitos da seca em 148 dos 167
municípios do estado. O total representa 88% dos municípios
potiguares. O decreto foi o 13º desde março de 2013, quando a estiagem começou
a prejudicar mais intensamente a vida do sertanejo potiguar.
Já em abril, o governo federal reconheceu a situação de
emergência pela seca em 144 municípios do RN. Somente no
ano passado, segundo o governo, a lavoura e a pecuária potiguar somaram R$ 2,5 bilhões
de prejuízo por causa da falta de chuvas.
G1
RN